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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Perder 6 mil casas é a ponta do iceberg e prejuízo a Cuiabá pode chegar a R$ 6 bilhões, alerta Sinduscon

Foto: Reprodução

Karla Regina, presidente da Amaes, Chico Galindo e Italo Joffily, da CAB; negócio mal feito

Karla Regina, presidente da Amaes, Chico Galindo e Italo Joffily, da CAB; negócio mal feito

Há alguns dias a população se assustou ao saber que Cuiabá estaria correndo o risco de perder 6 mil residências do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, em função da falta de redes de água e esgoto na cidade. Ontem (25), durante entrevista ao programa Chamada Geral, da Rádio Mega Fm, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cezário Siqueira, revelou que o fato anunciado é apenas a ‘ponta do iceberg’. O prejuízo pode chegar a R$ 6 bilhões de investimentos perdidos.


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“As 6 mil casas perdidas que deixaram a população em estado de alerta são apenas a ponta de um iceberg muito maior. Somente do programa Minha Casa, Minha Vida são R$ 360 milhões. Se computarmos as outras 30 mil unidades de alto, médio e baixo padrão que foram abortadas o prejuízo passa dos R$ 6 bilhões”, afirmou o presidente.

O prefeito Mauro Mendes anunciou recentemente que a prefeitura de Cuiabá foi notificada pela Caixa Econômica Federal que caso não seja solucionado o problema de água esgoto em várias regiões da cidade o município deve perder os investimentos do governo federal para a construção habitacional. A CAB, segundo o presidente do Sinduscon, se exime da responsabilidade e ainda exige que os investidores construam a rede externa.

“É como se nós tivéssemos que dar um caminhão de lixo para quem coleta lixo, um ônibus a concessionária de ônibus, vamos ter que fazer uma rede de energia elétrica e entregar para a Cemat. Ai está o equívoco, no plano municipal”, disse.

No seu site, a concessionária, em um recado ao setor da construção civil, disponibilizou uma cartilha elaborada pelo governo federal que orienta a produção de moradias em áreas bem localizadas. “Grande parte dos domicílios urbanos brasileiros está em más condições, como favelas, cortiços, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais em locais precários. Esta realidade é fruto de políticas de planejamento e gestão urbana excludentes, que não consideram as diferentes demandas sociais e econômicas da população brasileira e são baseadas em padrões de regulação urbanística voltados para setores restritos das cidades”, diz trecho da cartilha.

Para o presidente do Sinduscon, não existe mais tempo para discussões. Está claro que algo está errado e o problema está na elaboração da lei que autorizou a concessão, ainda na gestão do prefeito Chico Galindo.

“Não se trata mais de quem tem ou não tem razão. É preciso tomar uma decisão. Vamos supor que o plano foi omisso, que venderam uma coisa para a sociedade e compraram outra, se a CAB é vítima, então vamos corrigir essa omissão e passar esse investimento. Ou então, se nós estivermos certo, vamos cancelar esse processo e indenizar a CAB da forma correta. De qualquer forma, o prejuízo está caindo nas costas do cidadão”, lamentou Siqueira.

Segundo o presidente, o prefeito Mauro Mendes foi informado do equívoco em maio de 2013 e disponibilizou o secretário de Gestão, Pascoal Santullo para auxiliar o Sinduscon na elaboração de um estudo que deve ficar pronto em 60 dias.

Indagado pela reportagem do Olhar Direto sobre o problema, Mauro Mendes afirmou ser um ‘duro’ cobrador da CAB. “Sempre fui um defensor da terceirização, mas sempre disse que iria ser um duro cobrador da CAB. Foi por isso que negamos o reajuste que eles pediram assim que eu assumi e é por isso que hoje estamos cobrando uma ação em relação a essas moradias. Já deixei claro que a empresa vai ter sérios problemas”, destacou Mendes.

O prefeito lembrou a fiscalização dos serviços prestados pela CAB é de responsabilidade da Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário (AMAES), e admitiu não ser um ‘especialista’ no tema.

“Eu não entendo, não sou um especialista no contrato, mas determinei para algumas pessoas, como o procurador geral Rogério Galo, que mergulhassem no processo de concessão. Nós vamos até as últimas consequências”, garantiu o prefeito de Cuiabá.
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