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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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PM x Alunos

Policiais da Rotam mentiram em depoimento, acusa aluno da UFMT

Foto: Jardel P. Arruda - Olhar Direto

Policial que protagonizou várias cenas de truculência em vídeos era um dos sem identificação

Policial que protagonizou várias cenas de truculência em vídeos era um dos sem identificação

O estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Gabriel Gomes, um dos seis alunos presos durante o confronto entre acadêmicos e a Polícia Militar na quarta-feira (6), afirma que os policiais adulteraram o próprio depoimento após receberem um “dica” do PM responsável por lavrar o Boletim de Ocorrência (BO), a fim de se safarem de alguma punição.


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De acordo com Gabriel, acadêmico do curso de Geologia, o policial que confeccionava o BO perguntou ao capitão da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) se “não era melhor dizer que os estudantes jogarem pedras antes dos policiais começarem a disparar”. O estudante teria ouvido tudo porque estava sentado ao lado do policial militar enquanto ele dava o depoimento.

“Então eu falei pro policial: Ah, mas aí fica fácil, né? Então ele me mandou calar a boca”, contou Gabriel. Depois da "dica", o capitão mudou o depoimento e todos os outros policiais envolvidos que já tinham dado sua versão dos fatos voltaram para prestar um novo depoimento. “Nos depoimentos, eles mesmo entravam em contradição entre si. Mas depois dessa "dica" eles voltaram e falaram tudo de novo, agora com tudo combinado”, acusa o o estudante.

Esse teria sido um dos motivos que fizeram com que demorasse tanto a confecção do Boletim de Ocorrência. Os policiais ficaram desde antes das 17h de quarta-feira até depois das 21h narrando a história para o policial responsável por lavrar o BO. Foi nesse meio tempo que os PMs acabaram detendo, também, dois advogados e agiram de forma truculenta com a imprensa.

O confronto entre a os policiais e os estudantes aconteceu na tarde de quarta-feira, no cruzamento entre a avenida Fernando Correa e a Rua 1 do Boa Esperança, quando os policias da Rotam tentaram dispersar o protesto dos estudantes contra a decisão da Reitoria da UFMT de supostamente despejar 50 alunos da Casa do Estudante Universitário.

Um total de seis alunos foi preso e pelo menos 10 foram parar no Ponto-Socorro para serem atendidos devido a ferimentos dos disparos de bala de borracha. Entre os próprios alunos presos estavam alguns dos mais feridos, tendo um deles sofrido 14 ferimentos de disparos, todos na região esquerda do tórax.

A PM alega ter revidado porque os alunos não queriam liberar o fluxo de veículos, impedindo ambulâncias de transitarem por lá. Contudo, dezenas de testemunhas presentes contam um versão diferente. Os policiais teriam dado 15 minutos para os estudantes liberarem as ruas, mas devido a negativa dos manifestantes teriam começado a atirar a queima-roupa contra os alunos.

Três policiais, incluindo o Capitão da Base Comunitária do Boa Esperança e dois membros da Rotam, que atuaram contra a manifestação, foram afastados de seus cargos até que o caso seja solucionado pela Corregedoria da Polícia Militar. Por enquanto, eles prestarão serviços internos dentro de unidades da PM. Os dois policiais da Rotam foram identificados através das imagens dos vídeos do confronto que circulam pela internet.

Além da Corregedoria da Polícia Militar, a Polícia Judiciária Civil também instaurou um inquérito para apurar as agressões cometidas durante o confronto.
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