A 10ª Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá teve cunho político e contou com a participação maciça de candidatos que aproveitaram o percurso da marcha e o evento em si para pedir o voto do eleitorado LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros e o 's' se refere aos simpatizantes).
Segundo um dos organizadores da marcha, Menotti Griggi, este ano teve seu local alterado e justamente para dar maior cunho político para a manifestação. Ao invés de o desfile acontecer na Avenida Getúlio Vargas, o trajeto foi pela Avenida Historiador Rubens de Mendonça até o Centro Político Administrativo, onde vários shows aconteceram na Praça das Bandeiras.
Com apoio de igreja, Parada Gay deste ano terá maior cunho político
Homossexuais ocupam avenida Getúlio Vargas contra homofobia (Veja fotos)
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Madrinha do evento e de olho no voto de ‘possíveis’ eleitores para seu marido e candidato a vereador João Emanuel, Janaína Riva (PSD), mostrou que aprendeu com o pai José Riva como se conquista a simpatia do eleitor com um bom discurso. Não era possível andar 100 metros sem receber ao menos um santinho de algum candidato. A candidata Ana Flávia, por exemplo, preparou leques estampados com as cores do arco-íris contendo suas propostas para distribuir aos participantes.
O vereador Ralf Leite, que chegou a ser cassado por quebra de decoro depois de ser pego fazendo sexo oral com uma travesti menor de idade, marcou presença no evento e falou aos participantes sobre importância de uma sociedade livre de preconceitos e do respeito às diferenças.
Em busca da cura
O tema da parada neste ano foi “Homofobia tem cura: educação e criminalização”. O lema dialoga diretamente com a ideia propagada por algumas correntes religiosas de que homossexualidade tem cura. Para os líderes do movimento, o que deve ser curado é a intolerância. No cartaz foi até estampado o “Zé Gotinha”, imortalizado nas campanhas de vacinação infantil.
“Se eu ensino o meu filho a amar, eu também posso ensiná-lo a odiar”, diz Clovis Arantes da Ong Livre Mente , segundo o qual a educação é o melhor caminho para diminuir a violência e hostilidade contra homossexuais. A segunda via seria a criminalização da prática. Existe até um projeto de lei (PL122) tramitando no Congresso Nacional, mas a bancada evangélica tem agido sistematicamente para barrar a aprovação.