Cerca de 206 pessoas já foram contaminadas pelo vírus
Porto Rico declarou nesta quinta-feira (17) a existência de uma epidemia de chikungunya na ilha, devido à rápida propagação de um vírus que, por enquanto, foi confirmado em 206 pessoas, embora se suspeite que o número de infectados supere o dobro.
A secretária de Saúde de Porto Rico, Ana Ríus, anunciou em entrevista coletiva que apresentou uma ordem administrativa para ativar os mecanismos necessários para conter a propagação de uma doença com sintomas parecidos com os da dengue e que é transmitida através da picada de mosquitos.
Ríus insistiu quanto à importância de que os porto-riquenhos estejam cientes de como é propagado um vírus que há seis meses era desconhecido no continente americano e que atualmente se alastra também com grande rapidez pela América Latina e o Caribe.
Ela explicou que o mais importante é prevenir a picada de mosquitos, e recomendou o uso de roupas de manga longa e repelentes, e evitar a formação de focos tampando locais de acúmulo de água como vasos de flores. Até o momento foram confirmados 206 casos desde que foi detectada a presença deste vírus na ilha, há menos de dois meses, embora, faltando uma dupla comprovação de amostras, teme-se que esse número suba para mais de 500.
Preocupa particularmente que 90% dos casos confirmados tenham sido registrados na região metropolitana da capital, San Juan, e a maioria deles em uma área onde há lixões clandestinos ao longo de um canal, que além disso tende a transbordar, o que o transforma no habitat perfeito para os mosquitos que propagam o chicungunha e a dengue.
O chikungunya é um vírus para o qual não há vacina, nem tratamento, embora raramente seja mortal, e provoca uma febre com sintomas muito parecidos com os da dengue, assim como forte dor nas articulações. Esta febre, que costuma ser detectada entre três e sete dias depois da picada do mosquito e tende a se prolongar por cerca de dez dias, apareceu pela primeira vez no continente americano em dezembro do ano passado, e em 29 de maio foi registrado o primeiro caso em Porto Rico.
Segundo dados da Organização Pan-americana da Saúde (OPS) do dia 3 de julho, no continente foram registradas 21 mortes por este vírus, 4.756 casos confirmados e 302.081 casos suspeitos, 193.395 deles na República Dominicana. O vírus também chegou a países centro-americanos como El Salvador e à América do Sul, incluindo o Brasil.