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Sábado, 20 de abril de 2024

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Conflito

Posseiros cooptaram índios para "engrossar" ato contra Maraiwatsede

Foto: Reprodução/Aprosum

Posseiros cooptaram índios para
Fazendeiros interessados em manter a posse sobre as terras de Maraiwatsede patrocinaram o transporte de índios xavantes oriundos de aldeias longínquas, e sem qualquer relação com a terra demarcada, para engrossar as manifestações contra a desintrusão da área, remanescente da antiga fazenda Suiá Missú. Desde a noite de sábado 300 posseiros e cerca de 150 índios bloqueiam trecho da rodovia federal BR-158 em ato de protesto contra decisão federal que determinou a retomada de Maraiwatsede como terra indígena.


A denúncia é do coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Ribeirão Cascalheira, a unidade do órgão mais próxima da região de Maraiwatsede. De acordo com o coordenador Denilvado da Rocha, um ônibus com 42 índios xavantes foi interceptado na noite do último sábado (23) saindo da região de Maraiwatsede. Os índios haviam sido levados para participar das manifestações encabeçadas por cerca de 300 posseiros.

Xavantes favoráveis à demarcação da terra e que estavam vigiando a área de Maraiwatsede pararam o ônibus e exigiram a entrega da relação dos passageiros. Segundo o representante da Funai, descobriu-se que eram todos xavantes de aldeias nas imediações de cidades como Campinápolis, Barra do Garças e Água Boa. O ônibus havia sido fretado pela Associação dos Produtores da Gleba Suiá Missú (Aprosum), informou o coordenador.

Segundo ele, cerca de três ônibus foram fretados para engrossar a participação indígena aliada aos posseiros numa clara manobra, manipulação que está colocando xavantes contra xavantes. “O que a gente não quer na Funai é o conflito de índio contra índio, parente contra parente”, declarou o coordenador.

Cacique

Rocha ainda refutou o argumento utilizado pelos xavantes “dissidentes” de que o cacique Damião Paridzané, líder do movimento indígena em prol de Maraiwatsede, não os representa e é sequer cacique.

“A única pessoa que pode falar em nome de Maraiwatsede se chama cacique Damião Paridzané”, resumiu o coordenador. Questionado a respeito das informações oriundas de posseiros dando conta de que Damião na verdade apenas serve aos interesses “expansionistas” da Funai, o coordenador admitiu que o cacique é funcionário do órgão, mas que isso em nada compromete sua atuação.

Damião, explicou, é chefe de questão ambiental desde 1966, quando foi convocado pela Funai em Brasília devido a sua luta pregressa e seu trabalho de fiscalização e vigilância de Maraiwatsede.
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