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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Brasil

Presidente de associação de moradores no Alemão morre baleado

O presidente da Associação de Moradores do Conjunto das Casinhas, na comunidade da Fazendinha, no conjunto de favelas do Alemão, Zona Norte do Rio, morreu baleado na tarde de sábado (20), por volta das 17h30.


Luiz Moura, conhecido como Guinha, de 41 anos, era militante dos direitos dos homossexuais, e foi atingido na frente do Casarão da Cultura. Segundo a polícia, os tiros foram disparados por ocupantes de um carro, que passou pelo local e fugiu.

Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha foram ao local após ouvir os disparos. Segundo a coordenação das UPPs, ao chegar à Rua 2, na localidade conhecida como Casinhas, encontraram Moura caído no chão já sem vida e Leonardo Garcia dos Santos da Silva, de 18 anos, que estava com Guinha, sendo socorrido por moradores.

Leonardo foi inicialmente levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão e depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no Subúrbio. Segundo a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde, ele passou por uma cirurgia e está estável, mas seu estado de saúde ainda é considerado grave, neste domingo (21).

A Divisão de Homicídios da Capital (DH) investiga o caso. Os policiais vão ouvir testemunhas e aguardar a liberação médica de Leonardo para que ele possa prestar depoimento.

Guinha fala sobre homossexualidade, pacificação e violência em vídeo

Em um vídeo publicado no canal Youtube, Guinha conta como um pouco da sua trajetória, fala sobre homossexualidade, da paixão pelo futebol e também da violência. “Foi uma das maneiras que eu achei para fugir dessa violência. Quando nosso time chegava achava que era o time dos v....Mas, na verdade, só tinham dois gays, que era eu e meu finado amigo Alan, que morreu vítima da Aids”, diz Guinha.

Ele também falou sobre a ocupação da polícia na comunidade e lamentou as condições com que os moradores continuam vivendo mesmo depois da instalação das UPPs. “Não houve mudança, só trocou o personagem, porque antigamente você via o traficante, hoje você vê o policial. Mas se você for parar para ver o lado que realmente interessa que é o lado da população, da comunidade, muita coisa foi deixada pra lá, não foi feita”, concluiu.

O líder comunitário também faz questão de enfatizar que homossexualidade não tem relação com criminalidade. "Homossexualidade não é coisa do diabo. Eu sou gay e não tenho vínculo nenhum com o demônio. Muito pelo contrário, eu ajudo um monte de gente. Eu só faço o que está lá nos 10 mandamentos: amar e ajudar o seu próximo, é o que eu mais faço. E detalhe, eu não blasfemo, eu não me meto, eu não pratico violência, eu não faço nada, só faço o bem", afirmou.

Durante a entrevista, que tem duração de cerca de 10 minutos, o líder comunitário também lembra da época que conheceu travestis e cafetões e acabou indo parar nas ruas. "Acabei indo para a rua me prostituir. Eu não tinha opção", afirma Moura, lembrando que nessa época acabou se tornando travesti e apenas no ano de 2000 resolveu mudar de vida e voltou a estudar e concluiu o ensino médio. 
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