Olhar Direto

Terça-feira, 23 de abril de 2024

Notícias | Brasil

Professor tem nariz quebrado por bloco de concreto atirado por aluno e quer abandonar a profissão

Foto: (Foto: Roberta Estevão/Arquivo Pessoal)

Aluno quebra nariz de professor usando um bloco em Rio Claro

Aluno quebra nariz de professor usando um bloco em Rio Claro

“Quando tenho aula, já entro na sala com medo. Todos da escola sabem como o garoto é perigoso”. É assim que o professor Walter da Rocha e Silva de Rio Claro (SP) descreve o aluno de 14 anos que o agrediu e quebrou seu nariz com um bloco de concreto dentro da escola na terça-feira (5). Professor de química há 4 anos, ele disse ao G1 nesta quarta-feira (6) que vai abandonar a profissão por falta de segurança no trabalho e má remuneração.


O professor de 36 anos deve passar por uma consulta ainda nesta quarta-feira para avaliar se vai precisar de cirurgia. A agressão aconteceu durante a manhã de terça-feira na da Escola Estadual João Baptista Negrão. Silva relatou que o adolescente fazia bagunça na sala de aula e, após uma breve discussão entre ambos, o jovem foi expulso do local e encaminhado à diretoria. O adolescente, entretanto, retornou à sala para buscar o material.

“Assim que ele saiu, eu, a diretora e a coordenadora o acompanhamos até a direção. Ele estava na porta da diretoria e, quando me aproximei, fui acertado com o bloco no nariz”, afirmou Walter.

O bloco também acertou uma aluna que estava na secretaria. O menor fugiu da escola antes da chegada da polícia, e o professor foi encaminhado ao pronto-socorro da cidade, onde registrou um boletim de ocorrência. Ele teve ferimentos no rosto e quebrou o nariz. Já a aluna não apresentou ferimentos.

Silva, que trabalha há dois anos na escola e dá aulas de terça e quinta-feira, disse que já sabia do histórico do estudante. De acordo com ele, outros professores já tinham avisado sobre o perigo que o garoto apresentava, por ser  violento e já ter tido problemas com a polícia anteriormente.

Falta de incentivo
Embora seja a primeira agressão sofrida, Silva disse conhecer casos de agressão em outras unidades de ensino. Ele disse que isso se deve ao fato de alunos serem empurrados para a escola desde cedo, mesmo sem vontade de estudar. “A escola virou um depósito de alunos. É uma cadeia que os estudantes ficam meio período. Deveria ser assim: o aluno vai porque quer estudar. Se não quiser, não entra”, afirmou.

O professor, que está terminando a pós-graduação, disse ter a certeza de que vai largar a profissão. “O professor sofre muito no trabalho, é mal remunerado, corre risco e não tem proteção. Se fosse com a polícia, teriam como se defender, mas o que o professor pode fazer? No máximo jogar um giz no aluno”, declarou.

Violência
A Diretoria Regional de Ensino de Limeira afirmou, em nota, que repudia qualquer ato de violência e lamentou o ocorrido na escola. "A direção da unidade prestou todo atendimento ao professor e realiza o acompanhamento do docente. A Ronda Escolar foi acionada e um boletim de ocorrência registrado", explicou.

O comunicado também alega que as escolas contam com o sistema de proteção escolar, que busca incentivar a participação dos responsáveis e da comunidade nas ações preventivas à violência.

"Vale ressaltar que já está agendada uma reunião do conselho escolar com os responsáveis e o conselho tutelar para definir as punições ao estudante de acordo com o regimento escolar. A direção da unidade de ensino está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos", finalizou.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet