O ministro Ricardo Lewandowski acusou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizolato, dos crimes de corrupção passiva e peculato. Em seu voto no julgamento do Mensalão, o ministro revisor da Ação Penal 470 afirmou existirem provas nos autos de que Pizolato recebeu um envelope com cerca de R$ 326 mil por favores concedidos às agências de publicidade de Marcos Valério.
O Olhar Jurídico acompanha em tempo real direto do STF o julgamento do Mensalão.
Na avaliação do ministro revisor, Pizolato foi responsável por uma série de irregularidades na contratação de serviços de publicidade irregular que nem chegaram a ser executados pela DNA.
Em um dos trechos de sua sustentação oral, o ministro descreve a área de marketing do BB como desorganizada proporcionalmente para permitir que atos ilícitos fossem cometidos.
"Reinava no BB a total balbúrdia dentro da área de publicidade devido à falta de sistemática no controle de ações executadas com recursos antecipados", afirmou.
Ainda de acordo com o ministro revisor, Pizolato permitiu a antecipação de valores à DNA de serviços que não foram preastados. Lewandowski avalia que tais práticas cometidas por Pizolato e pelos sócios de Marcos Valério fogem às froteiras de irregularidades administrativas.
"As irregularidades, ao meu ver, assumem contornos de crimes. Já entraramos na seara da esfera criminal", argumenta o ministro.