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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Relembre os fatos que marcaram as investigações da CPI do Cachoeira

O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), leu nesta quinta (1) o requerimento de parlamentares governistas que prorrogou por 48 dias (até o final do ano) o funcionamento da CPI do Cachoeira. Oposicionistas protestaram porque pretendiam estender a investigação por mais 180 dias.


Carlinhos Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo. Ele é acusado de chefiar um esquema de jogo ilegal em Goiás e de ter montado uma rede de corrupção, infiltrada em governos, que envolveria parlamentares, policiais e empresas.

Relembre abaixo os principais momentos da CPI.

19/04
Congresso cria CPI
Com a assinatura de 396 deputados e de 72 senadores, o Congresso torna oficial a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as relações de Cachoeira com políticos, autoridades e empresários. Grupo ganha seis meses para apurar os fatos, com possibilidade de prorrogar o período, tendo poderes para pedir quebra de sigilo fiscal e telefônico de investigados. (veja quem assinou)

19/04
'Falso heroísmo?'
O então senador Demóstenes Torres afirma que não assinou e nem assinará o requerimento de criação da CPI. Ele é suspeito de ter usado mandato para beneficiar o contraventor. "Eu não faço falso heroísmo. A minha vida toda fui uma pessoa coerente. Assinar teria qual razão? Falso heroísmo?".
Não me manifesto sobre esse assunto. A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito"
Dilma Rousseff

20/04
Dilma garante 'respeito'
A presidente Dilma Rousseff afirma que o governo terá "posição absolutamente de respeito ao Congresso" em relação à CPI. Na primeira vez em que falou sobre o tema, ela defendeu que as suspeitas sejam apuradas, mas lembrou que o escândalo é tema do Congresso. "Vou insistir nesse aspecto. Não me manifesto sobre esse assunto. A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito", disse a presidente.

20/04
CPI define presidente
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) aceita ser o presidente da CPI que investigará os esquemas do bicheiro Carlinhos Cachoeira. "Eu não tinha como recusar. O PMDB veio a mim e pediu a minha colaboração. Não posso me furtar a aceitar esse pedido do meu partido", disse.

24/04 - 'Doa a quem doer'
O deputado Odair Cunha (PT-MG), indicado para a relatoria da CPI, diz que não pretende blindar o governo da investigação realizada pela comissão. O nome dele foi indicado pela bancada do PT na Câmara. "Essa é uma questão que nós não temos controle [...] A partir de indícios, produziremos investigação doa a quem doer".

24/04
Partidos indicam nomes
As bancadas dos partidos no Senado e na Câmara concluem indicações dos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. São 32 titulares (16 deputados e 16 senadores) e 32 suplentes.

02/05
Gurgel rejeita convite de CPI
Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rejeita o convite para falar na CPI. O pedido foi feito pelo presidente da comissão e pelo relator em encontro com o procurador. Segundo Procuradoria Geral da República, artigos do Código de Processo Penal (CPP) proíbem que um juiz ou integrante do Ministério Público seja testemunha no mesmo processo em que atua.

02/05
Quebra de sigilo
CPI aprova quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Deputados têm acesso aos dados sigilosos dos últimos dez anos, período que vai além das investigações realizadas pelas operações Vegas e Monte Carlo (iniciadas em 2009 e 2011, respectivamente), que motivaram a criação da CPI e já haviam acessado informações sigilosas do bicheiro.

22/05
'Eu não falarei nada aqui'
Cachoeira se recusa a responder questionamentos dos parlamentares que integram a CPI. “Constitucionalmente, fui advertido pelos advogados para não dizer nada. E eu não falarei nada aqui. Somente depois da audiência que teremos com o juiz, depois, se acharem que posso contribuir, responderei a qualquer pergunta", diz Cachoeira. Após duas horas e meia sem respostas, parlamentares encerram a sessão. (Veja o que ele disse)

22/05
Auxiliares calam
Auxiliares de Cachoeira ficam calados em depoimento à CPI

30/05
Silêncio de Cláudio Abreu
Ex-diretor da Delta Cláudio Abreu também se recusar a falar à CPI. Abreu teve o direito de permanecer calado concedido por decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.

31/05
Bate-boca na CPI
Senador Demóstenes Torres fica calado durante depoimento à CPI e parlamentares batem boca, um a favor e outro contrário ao direito de Demóstenes ficar calado. Deputado Silvio Costa (PTB-PE) questionou postura do colega, chamando-o, aos gritos, de "hipócrita" e "mentiroso". As afirmações foram rebatidas pelo senador Pedro Taques (PDT-MT). "A Constituição diz que devemos tratar a todos com urbanidade. Não cabe a qualquer parlamentar expor o outro, mesmo em se tratando de CPI", afirmou.

12/06
Perillo nega influência de Cachoeira no governo
Em depoimento de oito horas e meia à CPI, governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), nega envolvimento pessoal com o contraventor e rechaça suspeitas de que o grupo que explora jogo ilegal exerça algum tipo de influência em sua gestão. “Nunca tive relação de proximidade com o sr. Carlos Cachoeira, embora fosse ele uma pessoa de livre trânsito na sociedade", afirma.

13/06
Agnelo autoriza quebra de sigilo
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), assina documento autorizando a quebra dos seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. Ele depõe por dez horas à CPI e afirma que o grupo de Cachoeira tramou para derrubá-lo do governo. “A organização aqui investigada tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário.”
Demóstenes Torres e o advogado Kakay, momentos antes da cassação do mandato (Foto: Pedro França/Agência Senado)Demóstenes e seu advogado, momentos antes da
cassação (Foto: Pedro França/Agência Senado)

11/07
Demóstenes é cassado
Acusado de usar mandato para favorecer Cachoeira, senador Demóstenes Torres é cassado por quebra de decoro parlamentar e fica inelegível até 2027. Em votação secreta, 56 dos 80 senadores presentes votam pela cassação, 19 votam contra e houve 5 abstenções.

11/07
Comportamento incompatível
Durante a sessão, senador Pedro Taques (PDT-MT), relator de processo contra Demóstenes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), defendeu a perda do mandato. "Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato. Ele feriu de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe aos parlamentares", afirmou.
A ex-assessora parlamentar Denise Rocha Leitão durante lançamento de ensaio fotográfico em Brasília nesta quart-afeira (Foto: Lucas Nanini/G1) Após vídeo, ex-assessora ficou conhecida como
'furacão da CPI' (Foto: Lucas Nanini/G1)

18/07
'Furacão da CPI'
Vídeo com cenas de sexo de Denise Leitão Rocha, assessora do senador Ciro Nogueira, circula entre assessores e jornalistas que cobrem a CPI. Nogueira fala em “situação constrangedora” e a funcionária acaba demitida. Em setembro, Revista “Playboy” traz ensaio fotográfico com "furacão da CPI" - como Denise ficou conhecida após vazamento do vídeo.



07/08
Mulher de Cachoeira se cala
A mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira e "musa da CPI", Andressa Mendonça, fica calada no depoimento à CPI. “Vou exercer o meu direito constitucional de permanecer calada”, afirma. No dia seguinte ao depoimento de Andressa, a ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprigio chora durante sessão e também se nega a responder às perguntas dos parlamentares.
Posteriormente, eu constatei que diversas empresas para as quais eu havia feito a solicitação realmente fizeram a doação na conta de campanha"
Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit

28/08
Pagot presta depoimento
O ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot diz à CPI que Demóstenes pediu a ele que beneficiasse a construtora Delta em contratos com o governo federal. Pagot admite ainda que pediu doações a empresas de construção civil para a campanha de Dilma, em 2010. “De maneira nenhuma associei a doação a qualquer ato administrativo do Dnit. Posteriormente ao meu pedido, já no transcurso da campanha, algumas empresas encaminhavam para mim boletos demonstrando que tinham feito a doação”, contou.
Fernando Cavendish, ex-diretor da Delta, não quis responder aos parlamentares e foi dispensado da CPI (Foto: Antonio Augusto/ Agência Câmara)Fernando Cavendish, ex-diretor da Delta
(Foto: Antonio Augusto/ Agência Câmara)

29/08
Sem falar, ex-diretor da Delta fica 15 minutos na CPI
O ex-diretor da construtora Delta, Fernando Cavendish, fica cerca de 15 minutos na sala da CPI e é dispensado. Munido de um habeas corpus, Cavendish se recusou a falar.

31/08
'Pizza'
A oposição queria prorrogar os trabalhos por seis meses, mas os governistas apresentam requerimento com prorrogação por somente 48 dias (até o final do ano). Oposiocinstas denunciam o que chamaram de "pizza". Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) o que ocorre é uma enrolação. "O que ocorre é uma enrolação. Vocês estão assistindo a maior vergonha do Congresso Nacional. É, descaradamente, uma forma de encobrir um esquema de corrupção", alega o senador.

01/11
CPI é prorrogada por 48 dias
Parlamentares governistas protocolam e aprovam pedido para estender comissão por mais 48 dias, prazo para fechar relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG). Decisão pode deixar mais de 500 requerimentos sem votação.
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