O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Thiago França, defendeu que os agentes de trânsito da capital andem com uma proteção especial como forma de garantir respeito para a categoria. Porém, ele ressaltou que é preciso uma discussão ampla sobre o assunto e que os ‘amarelinhos’ precisariam de uma melhor capacitação para atuar de uma forma mais eficaz nas ruas de Cuiabá. O gestor da pasta acrescentou que o tipo de armamento (letal ou não letal) é algo que teria de ser analisado junto à sociedade.

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“Existe uma proposta tramitando no Congresso Nacional. Eu penso que realmente os agentes precisam de uma proteção especial e entendo, é um entendimento pessoal, de que grande parte deste desrespeito é por falta de todo um aparato. Por que é que as pessoas não desrespeitam a Polícia Militar ou a Rodoviária Federal, que, por exemplo, fica na rodovia com o radar móvel multando, e por que não há este desrespeito? É porque eles possuem todo este armamento que nós não temos. Os amarelinhos são o elemento mais frágil do sistema e por isso há necessidade de uma proteção especial”, disse ao Olhar Direto o secretário Thiago França.
 
Questionado se o armamento defendido seria letal ou não letal, Thiago disse que é algo que precisa ser amplamente discutido com a categoria e a sociedade cuiabana: “Nós sempre ficamos dependentes da Polícia Militar em algumas operações que fazemos para garantir a segurança dos agentes. Ainda precisamos amadurecer a ideia (se poderiam utilizar armamento letal ou não letal) junto com a categoria e com a sociedade de maneira geral para entrar em um consenso. Este curso que eles irão receber junto a Polícia Civil agrega a abordagem e também a defesa pessoal, visando a segurança dos profissionais”.
 
O curso ao qual se refere o secretário será feito após a assinatura de um termo de cooperação entre a Prefeitura de Cuiabá e a Secretaria de Estado de Segurança Pública que tem como objetivo capacitar e treinar os agentes de trânsito em técnicas de abordagem e postura. Os cursos e palestras serão ministrados pela Polícia Judiciária Civil: “Quem ganha com isto é a população da capital”, explica o gestor da SMTU.
 
Novos agentes

Por enquanto, não estão previstas novas contratações de agentes: “Na gestão do prefeito foram chamados 48 agentes de trânsito e transporte, sabemos que ainda não é o ideal. O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) recomenda um agente para cada mil veículos e nós temos uma frota de quase 400 mil, então ainda temos um déficit. Porém, criamos as nossas escalas de plantão, capacitamos os agentes no que diz respeito a novos motociclistas, criando equipes volantes para dar mais dinamicidade nas ações de fiscalização. Além disto, a implantação dos radares também veio somar no que tange a fiscalização, já que podemos enviar os amarelinhos para outros pontos”, assegurou Thiago.
 
Relação dos agentes com a sociedade
 
“Ninguém gosta de ser fiscalizado, Cuiabá ficou muitos anos sem fiscalização. Foram mais de dez anos sem radares e tudo isto acabou gerando uma má cultura. Na medida em que a gente vem pra fiscalizar, para combater a violência no trânsito, as pessoas acabam reclamando, mas isto faz parte da mudança. Na medida em que capacitamos e melhoramos a prestação de serviços, postura e comportamento, mostramos pra sociedade que os agentes não só multam, mas também estão preocupados em salvar vidas”, finalizou o secretário.