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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Sem tratamento específico, ebola coloca o mundo em alerta

Uma das doenças mais fatais já vista, o ebola virou tema de discussão e alerta mundiais. Após 38 anos da descoberta, o poderoso vírus já matou milhares de pessoas em 25 surtos registrados - e estamos vivendo o pior deles


Após a morte do americano Patrick Sawyer - consultor do Ministério das Finanças da Libéria que voo para Lagos, capital da Nigéria - no último dia 25 de julho, o mundo parece ter aberto os olhos para uma das doenças mais fatais da atualidade: o Ebola. Isto porque, com a viagem de Sawyer, a doença chegou a um quarto país, onde ainda não havia relatos de casos, dando espaço a um 'alerta vermelho' em centros importantes, como Estados Unidos, Hong Kong e Reino Unido. O temor de uma epidemia agora é eminente em todo o mundo – e não só na África, onde o surto acontece.

Desde 1976, quando dois surtos aconteceram de forma simultânea – em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo – e o vírus foi diagnosticado pela primeira vez, já aconteceram 25 surtos de ebola em diferentes países da África. No entanto, o que está em curso este ano é o mais trágico deles, tendo matado, até o final de julho, 729 pessoas (incluindo Patrick Sawyer) e atingindo outras 1393 vítimas. Além disso, esta é a primeira vez que a doença alcança centros urbanos e capitais nacionais, saindo de aldeias remotas da selva do centro-oeste africano.

O surto atual foi relatado, primeiramente, em Guiné, com alguns casos. Em seguida, outros foram registrados em dois diferentes países: Libéria e Serra Leoa.

“Presenciamos um novo surto de Ebola que, de maneira inédita, se espalhou para além da fronteira de três países africanos, tornando-se a maior distribuição geográfica do vírus na História, além de contar com o maior número de casos. Antes disso, o pior surto (não o último, mas o maior) ocorreu em Gulu, Uganda, em 2000, com um total de 425 casos, incluindo 224 mortes”, afirmou ao Terra Leticia Linn, diretora de comunicação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No entanto, apesar de o surto acontecer desde os primeiros meses do ano, os olhos de autoridades de saúde internacionais ficaram mais abertos depois dos casos dos voluntários americanos infectados na Libéria, o médico Kent Brantly e Nancy Writebol, ambos da Samaritan's Purse (SP), uma associação cristã beneficente. Os dois foram encaminhados nesta sexta-feira para os Estados Unidos – sendo, portanto, a primeira vez que o poderoso vírus chega às terras do país.

Outros eventos – dentre milhares – que chamaram a atenção da mídia mundial foram as mortes de dois médicos especialistas em ebola, que lutavam na África para salvar vidas: Samuel Brisbare, um médico renomado da Libéria, que foi o primeiro a morrer em meio ao surto, e Sheik Humarr Khan, um doutor de Serra Leoa, que ajudou a salvar centenas de vítimas do vírus, e foi chamado de “herói nacional” após sua morte.

Somou-se a isso o fato de dois britânicos apresentarem sintomas semelhantes aos do poderoso vírus, após estarem em terras africanas – mas, felizmente, tiveram alta após os exames darem negativo para a doença. Renomados médicos do Reino Unido chegaram a alertar sobre uma possível catástrofe em solo britânico, caso fossem confirmados os casos, uma vez que o país não está preparado para lidar com a doença, por não possuir hospitais e leitos específicos para o total isolamento, ou equipes treinadas para um possível fluxo de pacientes contaminados.

Entre as principais vítimas, estão pessoas que tiveram contato próximo com infectados – seja parente, amigo, médico ou outro profissional de saúde.

O alerta vermelho em grandes centros econômicos do mundo vem com a possibilidade do intenso fluxo de pessoas em aeroportos internacionais, sendo um perigo iminente aquelas que circulam entre os países, vindo da região da África, onde o surto acontece. Isso é possível, pois o ebola pode não manifestar sintomas entre o 2º e 21º dias – tornando-se, portanto, silencioso.

Segundo o Daily Mail, Sawyer - que levou o vírus à cidade de Lagos, com mais de 21 milhões de habitantes - teria apresentado alguns sintomas da doença em seu primeiro estágio (como febre e diarréia) durante o voo, o que não foi percebido por ninguém nas alfândegas, nem pelos profissionais da empresa aérea, apesar de estarem sendo realizados treinamentos para tanto. O mais alarmante neste caso é que o americano estava voltando do funeral de sua irmã na Libéria – que morreu dias antes vítima de ebola.

Assim, o caso do americano serviria de exemplo do despreparo evidente de profissionais de todo o mundo em lidar com o vírus e seus sintomas, a princípio tão parecidos com os de uma simples gripe. Ademais, qualquer cuidado é pouco, já que seria um verdadeiro desastre a internação de alguém com ebola em um hospital não preparado.
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