As gêmeas siamesas recém-nascidas Anny Beattriz e Anny Gabrielly seguem internadas em estado grave e estável nesta quinta-feira (11), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. As crianças nasceram unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando o fígado e coração. A mãe dos bebês, a agricultora Iara Pereira Dourado, de 24 anos, está em observação na enfermaria da unidade com estado de saúde bom, segundo o hospital.

Segundo o médico Zacharias Calil, que acompanha as crianças, as siamesas nasceram com bom peso e respiram com auxílio de oxigênio suplementar. Entretanto, ele considera que a evolução dos bebês é “imprevisível”.

Calil avalia que os primeiros dias de vida dos bebês são fundamentais e, por isso, requerem muitos cuidados.  “Esse período de 15 dias é crucial, nós temos que tirar essas crianças da unidade para outras unidades, de imagem, por exemplo. Às vezes vai até para um cateterismo, é difícil a gente manipular. O mais importante é manter a sobrevida para que elas tenham condições de fazer esses exames de imagem”, afirma.

Parto
As crianças nasceram aos oito meses, na quarta-feira (10), no HMI. Os pais dos bebês, o casal de agricultores Iara Pereira Dourado e Jeiel dos Santos Guedes, 25, moram na cidade de Ibipeba, na Bahia. Segundo o pai das recém-nascidas, ele e a esposa ficaram sabendo que as filhas eram siamesas no sexto mês de gestação. “No sétimo mês, tivemos a certeza absoluta da situação delas e da gravidade. No oitavo mês, nós viemos para Goiânia”, relatou.

Segundo Jeiel, eles tomaram a decisão de vir para a capital goiana porque a região em que viviam não tinha estrutura para atender a complexidade relacionada a uma gestação que gêmeos siameses exige.

Apesar da situação, Jeiel está confiante e acredita no desenvolvimento das meninas. “No início, lógico que ficamos surpresos com a notícia, mas tivemos fé e força para seguir em frente. E elas são a força que precisamos agora”, disse.