Diante de uma platéia formada por mais de 80% do PIB do agronegócio de Mato Grosso, o candidato a governador pela coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, senador José Pedro Taques (PDT), não quis assumir o compromisso de reduzir as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), entre outros. Ele participou do Encontro Candidatos 2014, promovido pela Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) e Serviço de Aprendizagem Rural (Senar), na tarde desta segunda-feira (01/08), no auditório do Cenarium Rural.
Taques explica ausência em debate e diz que prefere ‘olho no olho’ com cidadão
“Candidato que chegar aqui e dizer que vai reduzir alíquota sem conhecer a realidade da Secretaria de Estado de Fazenda por dentro, deve estar cometendo um ‘
pecadilho’. São mais de 4.300 atos administrativos e normativos da Sefaz, o que gera 7.000 processos tributários por mês. As empresas gastam mais com contadores e advogados do que com a área fim”, argumentou Taques.
Aproximadamente 500 pessoas, a maioria dirigentes de entidades do agronegócio, esperavam que Taques anunciasse a redução da carga tributária, em especial o ICMS. “A revisão e consolidação dos atos administrativos e normativos da Sefaz são imprescindíveis para começar a melhorar a receita estadual”, justificou ele, para não ceder às pressões do segmento que cobra uma menor carga tributária.
Pedro Taques disse que, embora não tenha nada pessoal contra o governador Silval Barbosa (PMDB), lamentou o formato de funcionamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). “É profundamente lamentável. A Sema não funciona e a culpa não é dos servidores, mas da burocracia. crise dificuldade para vender facilidades. O produtor espera três ou quatro anos por uma licença ambiental e isso é inaceitável”, argumentou Taques, prendendo atenção dos produtores presentes.
“Desejo ser governador de Mato Grosso por um Estado transparente, eficiente, justo e honesto. Que não rouba nem deixa roubar; e que prenda aquele que rouba”, completou Taques. Ele fez questão, em vários momentos de sua fala, de citar o ex-governador Rogério Salles (PSDB), candidato ao Senado pela coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’.
Pedro Taques também criticou a situação de insegurança que vive o povo de Mato Grosso. “É um quadro dramático: de 18 crimes pesquisados, 12 registraram crescimento em nosso Estado. Vou citar somente os homicídios: a média de Mato Grosso é de 32,5 homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 27 homicídios para cada 100 mil”, pontuou Taques.
Pela democracia
O presidente em exercício da Famato, Normaldo Corral, disse que a instituição criou um espaço democrático para os candidatos a governador de Mato Grosso apresentarem propostas concretas à população, em especial para o agronegócio.
“O Sistema Famato realiza esse encontro para que possamos conhecer melhor os candidatos que postulam um cargo, tanto na esfera Federal quanto na esfera Estadual. Nosso papel não é o de apontar os erros do governo de Mato Grosso, e sim contribuir com sugestões”, explicou Normando Corral.
