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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Testemunha isenta executivo preso na Lava Jato de relação com Petrobras

O presidente interino do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, Celso Ferreira de Oliveira, afirmou em audiência na Justiça Federal nesta quinta-feira (5) que João Ricardo Auler não tinha como função realizar reuniões com a diretoria da Petrobras e outros clientes. Auler foi preso pela Polícia Federal por ser suspeito de participação no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa com atuação na estatal, que foi descoberto pela Operação Lava Jato.

Os crimes praticados, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), ocorreram entre 2004 a 2014 na Petrobras. Conforme apontou a Operação Lava Jato, a Camargo Corrêa e a UTC participavam do chamado "clube" de empreiteiras, responsável por cartel e fraudes a licitações da estatal. Para conquistar os contratos, as empresas pagavam propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e a partidos políticos.

"O João Auler não tinha relação na operação com empresas da Petrobras. Isso não era função dele nem como diretor, antes de 2008, nem depois de 2008, e nem como ele atuou como presidente da empresa", disse Ferreira. Ao ser questionado por representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ferreira afirmou que esta responsabilidade cabia à diretoria de Óleo e Gás da Camargo Corrêa.

A testemunha ainda declarou desconhecer o chamado 'clube', o suposto envolvimento de Auler com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor da Petrobas Paulo Roberto Costa.

Ferreira mencionou que por política interna, em cada contrato deveria conter a assinatura de dois diretores. Isso, entretanto, não era garantia de ambos tivessem conhecimento total sobre o acordado. Ele afirmou quer "eventualmente" um poderia não saber o que estava assinando ou "eventualmente", os dois. 

De acordo com Ferreira, até a Operação Lava Jato se tornar pública nunca chegou ao Conselho de Administração da empresa qualquer denúncia relacionada à irregularidade. "Nenhum sinal apareceu na linha ética em relação a esse evento", disse.

Ele afirmou ainda que apenas após a prisão dos Auler e de Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, a empresa adotou medidas para apurar as suspeitas. Foi instituída uma auditoria generalizada na empresa.

"Nós fizemos uma reunião de Conselho extraordinária e determinamos a criação de uma comissão interna e determinamos a criação de um grupo independente para fazer investigação da companhia como um todo (...) Nós pedimos para fazer uma verdadeira limpeza. Para aprofundar as investigações de todos os contratos, auditando processos, alçadas, deliberações, evidências de que essas alçadas foram cumpridas, evidências de que os serviços foram prestados", disse o atual presidente do Conselho Administrativo.

Apesar de afirmar que a auditoria ainda está em curso, e que ele não tem qualquer informação preliminar sobre o resultado, Ferreira chegou a afirmar que a empresa se reporta ao Conselho. "Ainda não temos nenhum resultado. Mas ela é reportada de quando em quando para o Consellho".

Para ele, Auler é um ícone dentro da empresa, com cerca de 40 anos de casso. Ainda de acordo com Ferreira, Auler é uma pessoa íntegra dos pontos de vista pessoal e profissional da qual ele tem orgulho de ter trabalho junto.
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