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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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BRASIL SANGRANDO

Blairo Maggi e José Medeiros pedem a Renan Calheiros que apresse impeachment no Senado

Foto: Agência Senado

Blairo Maggi e José Medeiros pedem a Renan Calheiros que apresse impeachment no Senado
Os senadores por Mato Grosso Blairo Maggi (PR) e José Medeiros (PSD) pediram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que apresse a tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. Ambos, que são publicamente favoráveis à saída de Dilma da Presidência da República, entendem que o país está “sangrando” com a crise política e que é preciso colocar um fim a essa situação o quanto antes.


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“Eu entendo sua posição de querer levar tudo com muito controle e muito cuidado para não ferir nenhum lado e nenhuma legislação e nem sofrer um revés e ter que voltar atrás. Mas aí fora o Brasil inteiro espera uma posição do Senado Federal, desse processo iniciado na Câmara e que será finalizado aqui. O Brasil não voltará a andar sem nós aqui no Senado concluirmos o trabalho que temos que fazer”, afirmou Maggi, na tribuna do Senado.

Ele pediu a Calheiros que apresse o processo o máximo possível dentro do que for possível seguindo a legislação. “Portanto, dentro da segurança jurídica possível, peço a maior pressa possível. O Brasil está parado. Tem um rei que já morreu e outro está querendo governar e nós estamos aqui no vácuo nesse processo”, completou.

José Medeiros, por sua vez, destacou a importância de esse impeachment servir de exemplo para os próximos que virão na história do país, inclusive com relação à rapidez do processo. Esse é o segundo processo de impeachment aberto na República brasileira. O primeiro foi em 1992, contra Fernando Collor de Melo (então no extinto PRN), hoje senador pelo PTB.

“Eu sinto que o povo brasileiro está apreensivo nesse momento. Parece que estamos num velório norte-americano, daqueles que duram três meses. Uma coisa que era para ter sido célere. Não é o primeiro impeachment e não será o último. Eu penso que esse tem que ser pedagógico, temos que mexer na legislação para que não fique sangrando”, apelou o senador a Calheiros.

O presidente do Congresso afirmou aos parlamentares de Mato Grosso que conduzirá o processo com toda a segurança jurídica necessária, sem repetir erros do passado – inclusive com relação à velocidade de tramitação do processo, que segundo ele, não será acelerada e nem interminável.

“O Senado não está fazendo noticiário do dia-a-dia, e sim a história do Brasil. Temos que agir com toda a responsabilidade e não podemos repetir erros do passado. Transformar esse processo de impeachment como o Bolero de Ravel, que não termina nunca, ou então uma peça que terá o rito do impeachment de 92, que foi concluído no mesmo dia que o Senado recebeu a denúncia da Câmara”, disse.

Trâmite

A admissibilidade do impeachment de Dilma foi aprovada na Câmara no último domingo (17) com 367 votos favoráveis ao impeachment, 137 contra, 7 abstenções e 2 ausências. A comissão de senadores será instalada nesta segunda-feira (25), e fará um relatório em até dez dias contra ou a favor da abertura do processo de impeachment no Senado. O relatório será apreciado em plenário, e para o impeachment prosseguir, será preciso que 41 dos 81 senadores sejam favoráveis.

A partir de então, Dilma é afastada da Presidência da República e o vice Michel Temer (PMDB) assume. A comissão terá 180 dias para investigar se Dilma cometeu crime de responsabilidade em suas “pedaladas fiscais”, ouvindo testemunhas e coletando provas. O julgamento final do impeachment será feito pelo plenário do Senado, em sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Para condenar Dilma, são necessário 54 votos, ou seja, dois terços do Senado. Nesse caso, ela perde o cargo e fica inelegível por oito anos.  
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