Esfaqueada pela segunda vez em pouco mais de duas semanas, uma travesti, identificada apenas como Nicole, recusou socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), fugindo dos profissionais em uma bicicleta, na madrugada desta quarta-feira, 17, no município de Tangará da Serra (244 km de Cuiabá). A Polícia Militar (PM) também foi acionada, mas encontrou no local apenas um homem, visivelmente embriagado, que não soube informar o que teria acontecido, ou para onde ela teria se deslocado.
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Na primeira ocorrência, registrada no dia 29 de janeiro, testemunhas informaram que Nicole queria fazer uso de drogas no quintal da residência de José da Silva de 28 anos, e, como ele não permitiu, foi ameaçado com uma faca. Na situação o suspeito conseguiu tomar a arma e desferiu um golpe contra ela, atingido-a na região do tórax. O Samu foi chamado, mas a vítima se recusou a receber atendimento médico e saiu correndo pelas ruas.
Comunicada sobre a situação, a Polícia Militar (PM), chegou em seguida ao local, na região central da cidade, com duas viaturas, e conseguiu detê-la a duas quadras da casa onde o fato teria acontecido. De acordo com site Rádio Pioneira, a travesti precisou ser imobilizada para receber atendimento.
Aparentemente sob efeito de entorpecentes, ela se mostrou bastante alterada, desferindo socos e pontapés contra os profissionais. Por esse motivo, foi preciso imobilizá-la para que recebesse os cuidados devidos. Na sequencia ela foi sedada e encaminhada ao Hospital Municipal para passar por avaliação médica.
O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no país, segundo pesquisa da organização não governamental (ONG) Transgender Europe (TGEU), rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero.
