A esperada reunião da equipe econômica do governo de Mato Grosso com o Fórum Sindical apresentou como avanço o pagamento da Reposição Geral Anual (RGA) de 6% para os servidores, em três parcelas de 2%. Se acatada, serão 2% no salário de setembro deste ano; 2% em janeiro de 2017 e 2% em março 2017.
A equipe econômica do governador José Pedro Taques (PSDB) avisou que é a última proposta, mas o Fórum Sindical recebeu com reservas. E respondeu que cada sindicato irá consultar suas bases antes de bater o martelo, mas o coordenador do Fórum, James Jaudy, afirmou que a proposta era desagradável.
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“Temos condições de aplicar nos salários 2% em setembro, 2% em janeiro e 2% em março do ano que vem. Esperamos que os servidores reflitam, porque somente Mato Grosso e Paraná estão dispostos a pagar o RGA. E, se pagar o RGA ‘cheio’, o salário dos servidor terá de ser pago parcelado ou atrasado. E o governador tomou a decisão de preservar o salário do servidor”, afirmou o secretário Paulo Zamar Taques, chefe da Casa Civil, ao lado dos secretários Paulo Brustolin, de Fazenda; e Júlio Cézar Modesto, de Gestão (Seges).
Paulo Taques observou que, a partir da próxima segunda-feira (6), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) irá preparar ações para questionar a legalidade da greve. “A PGE já ingressou com algumas ações, na Justiça, notadamente para preservar os serviços essenciais: saúde e segurança. Por dever de lealdade, governo vai exercer o seu direito de questionar ou não as graves, no foro adequado. Ainda não se cogita corte de pontos, porque o diálogo continua aberto com o Fórum Sindical”, justificou o titular da Casa Civil.
O secretário Júlio Modesto lembrou que, para honrar o pagamento de maio, houve contingenciamento na verba saúde. “A situação é grave mesmo. Em 15 estados, os salários são pagos com atraso ou parcelados e somente Mato Grosso e o Paraná discutem a concessão da RGA”, dissse Modesto.
Já Paulo Brustolin ponderou que existem praticamente um consenso na equipe do ministro Henrique Meirelles, em Brasília, de que seja aprovado o projeto de lei 257, que determina o congelamento nos salários dos servidores. “O andamento PLP 257 é certo, porque o Brasil deve passar por um período de congelamento de salários. Momento delicado de ponto de vista fiscal”, sintetizou Brustolin.
“Os serviços essenciais são mantidos. Não vamos punir a população. Existem muitos contratados que não fazem parte do Poder Executivo”, afirmou James Jaudy.
“É lamentável que sempre o servidor do Poder Executivo é quem paga o pato. Vamos fazer uma outra análise do movimento. Não estamos aqui para prejudicar ninguém”.
Para o servidor do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Max Campos, a equipe econômica do governador Pedro Taques peca. "Apresentamos a taxação das comodities agrícolas e dos agrotóxicos entre outras pautas que injetaria milhões aos cofres públicos, são milhares de servidores públicos que confiaram e depositaram o voto neste governo acreditando que o servidor público do Executivo teria seus direitos previstos em Lei seriam assegurados. Nenhum servidor deseja uma greve o que se pleiteia é apenas o cumprimento de seu direito".