A delegada titular da Derf, Elaine Fernandes da Silva, confirmou – durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (28) – que o grupo investigado na operação ‘Pé de Cabra’, deflagrada também nesta data, tem ligação com a quadrilha responsável por 90% dos roubos em Cuiabá, presa em dezembro do ano passado na operação ‘Mercatore’. Os suspeitos interceptavam cargas e depois revendiam os produtos roubados, principalmente em lojas do Shopping Popular, de Cuiabá.

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Carros de luxo, joias e computadores são apreendidos em ação de combate a receptação de celulares
 
Questionada se os investigados teriam relação com a quadrilha presa na operação ‘Mercatore’, a delegada confirmou que sim e adiantou que esta é apenas a ponta do iceberg: “A polícia já vem monitorando estes meliantes há algum tempo. Isto foi apenas a ponta do iceberg. As investigações terão continuidade. Eles são de altíssima periculosidade. Uma organização que se dedica a prática de receptação de cargas de aparelhos celulares, que são muito valiosas”.
 
“Os integrantes ostentam um padrão econômico muito alto, tanto que nesta data apreendemos BMWs, Civics, veículos de luxo que não são compatíveis com a renda deles”, acrescentou a delegada titular da Derf. Ao todo, foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e lojas do Shopping Popular de Cuiabá, onde duas pessoas foram presos em flagrante.
 
A organização criminosa era bem dividida, segundo a delegada. O grupo dividia as funções, enquanto alguns executavam os roubos/furtos, os outros utilizavam empresas de fachada para comercialização dos produtos provenientes dos crimes: “Geralmente os roubos e furtos são feitos em lojas, mas eles também interceptam cargas, como aconteceu recentemente com um caminhão das Casas Bahia, onde um dos conduzidos é o autor deste roubo. Ele foi reconhecido por uma das vítimas. Ao todo, foram levados R$ 170 mil em aparelhos neste caso”.
 
O delegado Luís Carlos Hora, de Rondônia, que também participou da operação integrada entre os dois estados, revelou que um dos empresários, vítima do grupo em Ji-Paraná (RO), teve um prejuízo de R$ 236 mil: “O modus operandi deles é bem qualificado. As câmeras de segurança os mostram passando várias vezes no local antes de executar a ação. Primeiro vai um, arrebenta a porta - geralmente com um pé de cabra, por isso o nome da operação - depois rastejam para evitar o sensor do alarme, destroem o sistema e por fim executam o roubo/furto”.
 
Operação ‘Pé de Cabra’
 
A Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf) realizou, na manhã do dia 28 de abril, uma grande operação de combate a receptação de cargas roubadas de aparelhos celulares. A operação foi batizada como ‘pé de cabra’ e contou com unidades da Polícia Civil de Ji-Paraná (Rondônia). Ao todo, foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão. Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de receptação.
 
Operação ‘Mercatore’
 
Em dezembro de 2015, a Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf) prendeu 11 membros de uma organização criminosa responsável por 90% dos roubos em Cuiabá. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 12 conduções coercitivas para interrogatórios e 34 buscas e apreensão. Os acusados ostentavam carros de luxo como BMWs e Civics.
 
As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos apontam que a organização criminosa movimentou cerca de R$ 1,6 milhão em 60 dias. Uma curiosidade descoberta recentemente durante as investigações é que um dos integrantes da quadrilha chama o chefe de "pai", inspirado em uma novela brasileira – a "Regra do Jogo". Já quanto ao nome da operação, “Mercatore”, vem do Italiano e significa comerciante, aquele que media e age como intercessor, traficante.