O prefeito Juarez Costa (PMDB) praticamente ‘carregou nas costas’ o lançamento da campanha de Lúdio Cabral (PT) em Sinop – maior colégio eleitoral da região Norte de Mato Grosso – durante ato realizado nesta quinta-feira à noite, no salão de eventos da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
O grupo político do prefeito sinopense conseguiu colocar cerca de 500 pessoas no evento – a maioria ligada às campanhas dos pré-candidatos a deputado estadual e federal. Prefeitos da região também compuseram o “palanque”, como Asiel Bezerra, de Alta Floresta, e Ildo Medeiros, de União do Sul, ambos do PMDB.
A afirmação de que Juarez sustentou o ato de lançamento da campanha baseia-se no discurso “morno” de Lúdio e do candidato ao Senado, Wellington Fagundes (PR). Além disso, os dois postulantes são praticamente desconhecidos na cidade e somente a inclusão – quase que “na marra” – do primeiro suplente de senador, José Carlos Ramalho (PR), liga os dois candidatos a Sinop.
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As pessoas que assistiam aos discursos não encontravam identificação com as palavras de Fagundes e de Cabral. O sinopense não se vê representado pelo primeiro, que é de Rondonópolis, tão pouco pelo outro, da capital. Além disso, os temas dos discursos eram “batidos”. Wellington falou de infraestrutura e, Lúdio, de descentralização de governo e melhoria na saúde pública. Os três motes são explanados em Sinop por políticos desde a década de 1980 e o eleitor já está “vacinado” quanto a isso.
Outro fator que distanciou os candidatos a governador e a senador dos presentes foi o tom dos discursos. O sinopense está acostumado a ouvir nos palanques dois grandes oradores – Juarez e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que inclusive são adversários ferrenhos. O palavreado “amansado” de Fagundes e de Cabral não animou nem os cabos eleitorais.
O ato de lançamento foi salvo pela participação de Juarez Costa ao microfone. Ele reverberou os recursos alocados por Fagundes ao município e lembrou-se da velha história do “alinhamento político” com Dilma que, na visão do prefeito, ganhará mais músculos se o petista Cabral for eleito para o Palácio Paiaguás. Também alentou aos sinopenses que, se Wellington for eleito senador, ele poderá até ser nomeado ministro dos Transportes (caso Dilma se reeleja) abrindo caminho para José Carlos Ramalho assumir no Senado Federal.
Porém, ao fim do ato de lançamento, ficou a clara sensação de que os presentes não se empolgaram com os candidatos e o prefeito da maior cidade do Nortão terá que gastar muita lábia para “transferir votos” aos seus apoiados.
