Olhar Direto

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Brasil

Mãe enfrenta batalha para tratar filho de 10 anos que mede 2 metros

Mãe enfrenta batalha para tratar filho de 10 anos que mede 2 metros
O sonho da dona de casa Ricardene Barreira é que o filho Sérgio Gabriel Ribeiro Gomes, que tem 10 anos e mede 2 metros de altura, pare de crescer e seja saudável, pois o gigantismo faz com que, segundo ela, “tudo seja muito difícil”. No entanto, a mulher, que sofre de hepatite C crônica, teme não conseguir levar o menino para se tratar no Hospital Universitário de Brasília (HUB).


“Mudamos este ano para Novo Gama [cidade goiana do Entorno do Distrito Federal] porque eu não tinha condição de pagar aluguel no Distrito Federal. Tenho hepatite, às vezes não dou conta de andar, fico debilitada e lá é longe. Quem ajuda muito é a minha filha de 13 anos, mas ela também é uma criança. Tenho medo dele perder o médico por não ter como levar”, afirma Ricardene.

A doença rara é causada pela produção exagerada do hormônio do crescimento, que está associada à presença de um tumor benigno no cérebro. Além das privações e da dificuldade em se locomover, Sérgio Gabriel reclama, constantemente, de dores de cabeça e no corpo, além de ter convulsões.

Diagnosticado com gigantismo aos 5 anos de idade, a mãe conta que ele passou por várias unidades de saúde desde então, mas não tinha conseguido, efetivamente, nenhuma terapia até o último dia 4 de agosto, quando passou pela primeira consulta no HUB. Sérgio Gabriel já fez exames de sangue e tomografia.

Segundo a endocrinologista responsável pelo caso, Luciana Naves, o tratamento deve ser longo, pois a demora em retirar o tumor fez com que ele dobrasse de tamanho de 2009 a 2014, passando a medir 5 cm, tamanho correspondente a um limão. “O tumor é muito grande e causa hipertensão intracraniana. Ele invade estruturas adjacentes e modifica a circulação arterial, o que provoca convulsões, dor de cabeça e deficiência mental”, informou a médica.

Tratamento delicado
Uma nova consulta está prevista para o próximo dia 25, quando a cirurgia será marcada. Há a possibilidade de que o tumor não seja retirado em apenas um procedimento. “Vamos retirar o máximo possível do tumor e tentar controlar com medicamentos e, possivelmente, com radioterapia”, disse a endocrinologista, que trabalha em parceira com o setor de neurocirurgia.


Apesar da situação, a médica afirma que o menino está em uma “ótima” idade para a intervenção. Com o tratamento, o crescimento do menino deve ser interrompido. Luciana explicou, ainda, que o setor de psicologia avalia se o paciente também sofre de retardo mental e se é hiperativo.
Sérgio Gabriel tem esperança de que, com o tratamento, viva com mais qualidade. “Eu quero parar de sentir dor, de crescer. Os meninos falam que eu sou muito grande, mas deixem eles falar o que eles quiserem”, diz o garoto.
Reclusão
O menino vive com a mãe e a irmã mais velha, de 13 anos. Como Ricardene não tem condição de trabalhar devido ao quadro de hepatite e da evolução na falência dos rins, a família sobrevive com um auxílio-doença no valor de um salário mínimo. A mulher conta que o marido morreu por causa de um câncer em 2008 e, em 2011, o filho de 19 anos foi assassinado.

A dona de casa relata que o filho sempre é alvo de piadas na rua e que as pessoas não acreditam que ele tenha 10 anos. Ricardene teme que o caçula também seja vítima de violência e, por isso, prefere mantê-lo dentro de casa: “Moro num lugar onde quem manda é criminoso. Tenho medo de ele ir comprar pão e não voltar mais, de fazerem chacota e ele reagir, ficar bravo porque é criança e atirarem nele. Não deixo ele ir nem na porta de casa”.

Sério Gabriel não reclama de ficar em casa. Afinal, segundo menino, o que ele mais gosta de fazer é “assistir a DVD, comer e brincar com os bonecos”. Para ele, não ter amigos não é um problema: “Gosto de ficar só, fazer minhas coisas, não sinto falta de amigo”.

Ricardene lamenta o fato de Sérgio “não ter infância”. “Não tem nada de criança do tamanho dele, não tem roupa de bichinho, não tem brinquedo no parque que caiba ele”, diz a mãe.
Apreendendo a ler
O menino passou a frequentar este ano uma escola pública em Santa Maria, no Distrito Federal. A mãe diz que ele não era aceito nas unidades de educação porque é hiperativo e não controla as fezes. “Escola nenhuma queria ele porque fazia coco na roupa e eu não tinha dinheiro para comprar fralda”, conta Ricardene.

Apesar de ainda não conseguir escrever o próprio nome, Sérgio Gabriel quer apreender para poder trabalhar. “Quero aprender a ler e escrever porque é bom. Tenho vontade de trabalhar, ter um emprego para ajudar minha mãe, porque minha mãe está muito cansada. Quero cuidar dela um dia. Quero ser cientista”, relata a criança.

No entanto, ir para a escola é um desafio para o menino. A mãe não tem condição de pagar um transporte particular, então, a filha mais velha precisa acompanhar o irmão para que ele não se perca ou possa socorrê-lo, caso haja algum problema.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet