O deputado estadual Guilherme Maluf (PSD) nega que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro da empreiteira Odebrecht, alvo da operação Lava Jato. O nome do presidente da Assembleia Legislativa de MT consta de uma lista apreendida pela PF com a empresa, na qual vários políticos aparecem relacionados a supostos pagamentos. Somando os valores de Maluf, se chegaria ao montante de R$ 500 mil.

Leia também:
Maluf cita contas aprovadas pelo TRE e nega recebimentos da empresa Odebrecht
 
Maluf afirmou que o caso precisa ser investigado, mas alertou que esse tipo de denúncia, no atual momento, funciona como uma cortina de fumaça que só favorece à estrutura do PT, que enfrenta um processo de impeachment e taxas históricas de rejeição do eleitorado.
 
“Qualquer denúncia favorece o governo, qualquer tipo de denúncia que possa ser feita contra o PSDB favorece demais a estrutura do governo. Então colocar o nome do Leitão, do Aécio, do Serra, do presidente da Assembleia Legislativa de MT, isso pode ser sim uma cortina de fumaça pra esconder uma série de ações que estão a frente”.
 
A lista vazou para a imprensa na manhã desta quarta-feira (23) e Maluf convocou uma entrevista coletiva com a imprensa na tarde e hoje para negar que tenha recebido um centavo da Odebrecht. Segundo ele, basta consultar sua prestação de contas da última campanha para que se comprove que não há nenhuma doação da construtora.
 
“Não há dificuldade nenhuma de abrir minhas contas”, afirmou o parlamentar. “Isso me causou surpresa, antes de me pronunciar procurei minha prestação de contas, não tenho nenhuma doação da Odebrech. Estou me colocando à disposição”, completou.
 
Maluf garante que faz o controle dos gastos de suas campanhas e afirma que nunca recebeu dinheiro da empreiteira, mas declarou que não tem como garantir que nenhum de seus apoiadores tenha pedido apoio financeiro de forma legal à construtora.
 
“Espero que essas investigações prossigam para saber se foi realmente doado”, cobrou. “Se doaram realmente e não entrou na minha campanha e foi para outra pessoa, espero que seja apurado, essa é uma possibilidade”, conjecturou. “Se não entrou no meu caixa, se eles têm que saiu o dinheiro de lá, eles devem saber pra onde foi o dinheiro”.
 
Maluf garantiu ainda que está a disposição da Justiça para depor sobre o caso, se necessário for. “Nunca vi ninguém da Odebrecht na frente, nem diretor, nem presidente, nem funcionário, nem sei que obras eles tem aqui em Mato Grosso, ou se têm alguma obra”. 

Antes da coletiva, Maluf já havia se posicionado por meio de nota encaminhada à imprensa. O texto afirma que Maluf teve as contas de campanha aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. O deputado também informa que estudará as medidas jurídicas cabíveis a serem tomadas acerca da divulgação do seu nome indevidamente na lista.
 
Atualizada às 17h05.