O discurso do presidente estadual do PMDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra, na noite de terça-feira (26) em um hotel de Cuiabá para o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) e para mais de 50 prefeitos do estado que apoiam Dilma Rousseff (PT) deu um norte de como a base aliada da presidente se prepara para o embate eleitoral deste ano em MT. O novo inimigo a ser batido passa a ser a ex-ministra de Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (PSB) e as discussões sobre o projeto de Aécio Neves (PSDB) devem ficar em segundo plano neste momento.

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Os dados da pesquisa Ibope* divulgada horas antes da reunião deram fôlego à tese de Bezerra. O levantamento revela que Dilma tem atualmente 34% das intenções de voto contra 29% de Marina Silva (PSB) e 19% de Aécio Neves (PSDB). Em um eventual segundo turno com Dilma, Marina venceria por 45% a 36%. As atenções agora são todas voltadas para o embate com Marina Silva.

“O tucanato acabou”, avalia Carlos Bezerra. “Nosso adversário agora é a Marina Silva. O PSDB recebeu um cartão vermelho do povo brasileiro”, completou o cacique partidário, que ainda aproveitou para fazer um alerta geral. “Me preocupo também para que a gente também não erre como o PSDB errou e não tome o cartão vermelho”, completou.

Apesar da preocupação com Marina, um dos eixou do discurso pró-Dilma continua sendo a comparação entre os governos do PT e de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Presente na reunião com os prefeitos e o ministro Ricardo Berzoini, o suplente do senador Blairo Maggi (PR), Cidinho Santos (PR), lembrou que “no tempo do PSDB” as estradas estavam em péssimo estado , mas que o atual governo investiu nas BRs 163, 174 e 242.

Para o deputado federal em campanha pela reeleição Ságuas Moraes (PT), os apoiadores de Dilma em Mato Grosso demoraram demais para iniciar a campanha e precisam recuperra o tempo perdido. “Faltam 40 dias para a eleições e é como se estivéssemos até agora escolhendo os uniformes para entrar em campo e agora entramos faltando 40 minutos para acabar o jogo”, avaliou.

Ainda se utilizando da metáfora futebolística, Berzoini usou tom menos ‘alarmante’ que Ságuas e declarou que a campanha ainda está se esquentando aos poucos e só vai aquecer de verdade “quando faltar 15 minutos para terminar a partida”. O ministro defende que a prioridade é vencer o jogo mesmo que na prorrogação – leia-se segundo turno – mas que ainda conta com um possível gol de placa no tempo regulamentar.

*A matéria cita dados da pesquisa Ibope registrada na Justiça Eleitoral sob o número BR-00428/2014. Foram ouvidos 2.506 eleitores em 175 municípios entre os dias 23 e 25 deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.