Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Brasil

Mortes motivam maior parte da queima de ônibus até julho no Rio

Foto: (Foto: Divulgação/Rio Ônibus)

Ônibus queimados em Honório Gurgel

Ônibus queimados em Honório Gurgel

A morte de moradores foi a principal motivação para os incêndios criminosos em ônibus na cidade do Rio de Janeiro neste ano. Até o dia 31 de julho, de 44 ônibus queimados, 54%, ou 24, foram atacados após mortes em confrontos com a polícia ou em ações policiais, segundo dados do Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, obtidos pelo G1.


O valor de reposição desses ônibus supera R$15 milhões, já que cada ônibus novo com ar-condicionado tem um custo estimado de R$ 350 mil. Além disso, o tempo entre a encomenda, o financiamento, a fabricação e a regularização nos órgãos oficiais de transporte dos novos coletivos pode chegar a seis meses, de acordo com o sindicato.

Segundo Carlos Moreira, gerente-geral dos quatro consórcios que operam o sistema de transporte da cidade (Santa Cruz, Transcarioca, Internorte e Intersul), o histórico de veículos atacados está alto. "Infelizmente, os ônibus têm sido utilizados para expressar a insatisfação da população com assuntos que não estão relacionados ao transporte público".

O sindicato não informa quantos ônibus foram incendiados no Rio no ano passado, mas levantamento feito com base nos casos noticiados pelo G1 mostram que foram pelo menos 20 ocorrências.

Além do prejuízo financeiro, outro problema relatado pelo gerente é uma piora no atendimento, principalmente nos horários de maior demanda, até que os veículos sejam repostos. Há também o trauma sofrido pelos condutores dos coletivos. "Existem casos de motoristas que pediram para mudar de linha ou de horário, devido a essas agressões experimentadas pelos mesmos", explicou.

Os outros ônibus foram incendiados durante confrontos de criminosos (7), em protesto contra reintegrações de posse (4), por falta de energia (3), em protesto contra ações policiais (3) e três por motivos que o sindicato não soube determinar. Quatro veículos foram queimados em janeiro na capital carioca, 10 em fevereiro, 10 em março, 14 em abril, 5 em maio e um em julho.

Em apenas uma noite, no dia 28 de abril, nove ônibus foram queimados após protestos no Morro do Chapadão, em Costa Barros, e do Conjunto de Favelas do Alemão, segundo noticiou o G1. No Chapadão, os protestos aconteceram depois da morte de um adolescente de 17 anos. No Alemão, após um homem de 21 anos ser baleado no peito durante um confronto policial.

Outro episódio que terminou com uma série de ônibus queimados foi a reintegração de posse de um terreno da Oi, no Engenho Novo, no dia 11 de abril. A reintegração do local que ficou conhecido como “Favela da Telerj” começou pacífico, mas a situação ficou tensa depois que alguns moradores começaram a atear fogo dentro do prédio. Quatro ônibus foram queimados, outros três veículos foram incendiados (entre eles um carro da polícia) e pelo menos três agências bancárias foram depredadas.

Do total de ônibus queimados, a maioria, 29, foi incendiada na Zona Norte, em bairros como Pavuna, Inhaúma, Lins de Vasconcelos, Engenho Novo, Honório Gurgel e Madureira. Os outros 15 foram atacados na Zona Oeste, em Jacarepaguá, Campo Grande, Bangu e Santa Cruz. A maior parte foi queimada no período da noite (21), seguido dos períodos da madrugada (8), manhã (7) e tarde (6).

No total, o Corpo de Bombeiros registrou 776 veículos queimados até o dia 31 de julho deste ano. No entanto, a corporação não faz diferença entre ônibus, carros e outros veículos, assim como não divide entre incêndios criminosos e outros iniciados por outros motivos, como pane mecânica.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet