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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Absurdo

Paciente com câncer pode morrer por falta de medicação importada; remédio deveria ser fornecido pelo governo

Foto: Reprodução

Halaven (mesilato de eribulina).

Halaven (mesilato de eribulina).

Debilitada por um câncer de mama, que enfrenta há quase três anos, a dona de casa Jorlecine Silveira, 58 anos, luta pela sobrevivência e pelo direito ao tratamento, interrompido há 40 dias pela falta da medicação necessária à quimioterapia. Desde que foi diagnosticada, viu a doença se desenvolver, atingindo também seus ossos e pulmões, prejudicando sua respiração, acabando com sua voz e limitando suas capacidades motoras. Desconfortos que poderiam ser minimizados pela quimioterapia, desenvolvida a base do remédio importado Eribulina, de valor estimado entre R$18 e R$ 21 mil reais.


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O medicamento não está disponível na rede pública de saúde, e chegou a ter o acesso garantido pela Defensoria Pública do Estado, que, por meio de uma determinação judicial emitida no dia 29 de abril, obrigou a administração a fornecê-lo em um prazo máximo de três dias. A decisão, emitida pela 5ª Vara da Fazenda, ainda não foi cumprida e as complicações no quadro de saúde de Jornelice continuam a evoluir. Na tarde desta segunda-feira (30), ela foi internada com dificuldades de respirar.

De acordo com sua filha, Lucélia Silveira, a mãe recebeu o remédio por apenas duas vezes, permitidas pelo Sistema Único de Saúde (Sus), em doses que duram aproximadamente três meses. “Minha mãe está quase morrendo e a impressão que temos é que o governo quer que isso acontece, para que se livrem do problema. Lutamos por um direito garantido a ela, a dignidade da pessoa humana, porque sem a quimioterapia ela pode vir a óbito. Pedimos apenas que eles cumpram com seu dever com o cidadão.”

Ela conta ainda que a família tem sofrido com a situação e que, embora não acreditem que o tratamento possa salvá-la, sabem que poderá garantir a mãe uma vida mais lôngeva, confortável e digna. “Nós não temos mais vida, paramos tudo pra cuidar dela. Sei que quem pode dar sua cura é apenas Deus, mas esse sofrimento pode ser amenizado pelo remédio. Minha mãe quase morreu, e se ela for internada e a saúde piorar, nem o remédio poderá ajudá-la mais.”

Amparada pelos cinco filhos e pelo marido, Jorlenice passou a morar com Lucélia, que afirma ter entregado a determinação judicial pessoalmente à Secretaria de Estado de Saúde (Ses). A Pasta, segundo ela, teria informado anteriormente que não havia recebido a liminar e que ainda seria necessário um processo de licitação para a compra. Ao Olhar Direto, a Secretaria alegou apenas que o Eribulina está em processo de compra em andamento, mas não repassou nenhuma previsão para a entrega do remédio aos pacientes. 
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