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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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PRAÇA JOĂO PARAÍBA

Pescador que se notabilizou por pioneirismo na defesa do rio Cuiabá dá nome a praça em bairro da regiăo Oeste

Foto: Ronaldo Pacheco / Olhar Direto

Praça Joăo Paraíba foi inaugurada como  parte das comemoraçőes do 48ş  do bairro Cidade Verde (Cohab Velha)

Praça Joăo Paraíba foi inaugurada como parte das comemoraçőes do 48ş do bairro Cidade Verde (Cohab Velha)

“Ele não cursou nenhuma faculdade... Mas na vida Ele foi doutor...”. Quase quatro anos após a sua morte, o saudoso pescador e policial aposentado João Coriolano de Souza, popularmente conhecido como João ‘Paraíba’, finalmente teve sua luta em defesa do rio Cuiabá reconhecida. Neste domingo (1), Dia do Trabalhador, foi inaugurada a Praça João Paraíba, no bairro Cidade Verde (Cohab Velha), como parte das comemorações dos 48 anos de fundação do conjunto habitacional – o primeiro de Mato Grosso.

 
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A concretização do sonho da praça foi possível graças à iniciativa da líder comunitária Leidyane Regina de Souza, filha de João Paraíba, responsável pela coleta de mais de 200 assinaturas, exigida pela Lei Orgânica do Município. Assim, houve amparo para o projeto de lei apresentado pelo vereador Paulo Araújo (PP), dando nome de João Paraíba à antiga Praça.
 
“O trabalho realizado por Leidyane Regina foi essencial para viabilizar o projeto de lei para dar nome à Praça João Paraíba. Ela cumpriu todo o rito legal”, explicou Paulo Araújo, enfatizando o merecimento da homenagem.
 
Partiu de João Coriolano de Souza o pedido e orientação à Prefeitura de Cuiabá para a construção da praça, em fins da década de 1990, na administração Roberto França.  “Ele dizia sempre: o mundo só será feliz, se a gente cultivar o amor... Por isso, ninguém jamais o esqueceu...”, recordou Leidyane Regina, emocionada.
 
Na inauguração estiverem presentes a viúva Inês Coelho de Souza, os filhos Everaldo Coelho de Souza, Edna Coelho de Souza, Helena Benedita Coelho de Souza, e Leidyane Regina de Souza. Era pai também de Tchaikovsky de Souza. Além deles, João Paraíba perdeu dois filhos: Edivaldo Coelho e Edson Coelho.
 
Dezenas de parentes e amigos marcaram presença, no descerramento da placa. “Era uma figura marcante, porque sempre tinha uma palavra amiga”, pontuou o sargento bombeiro Mário Marcelo Souza Oliveira, seu sobrinho.
 
História de vida
 
Entre as décadas de 1960 e 1980, João Paraíba se tornou um dos pescadores mais conhecidos de todo o país, por ser premiado em campeonatos da Federação Mato-Grossense dos Pescadores, em 11 edições. Ele sempre representava a Colônia de Pesca Z-1 e se notabilizou por ser o primeiro ribeirinho a denunciar a morte do rio Cuiabá, por causa do lixo e do despejujo de esgoto in natura, em seu leito.
 
João Paraíba amava o rio Cuiabá, tal qual à sua própria família. “O rio Cuiabá é como se fosse um pedaço do meu corpo e uma extensão da minha alma”, costumava dizer ele, após se tornar um implacável ativista ambiental. Ele combatia ferozmente a pesca predatória e a derrubada das matas ciliares das margens dos rios e córregos.
 
Paraíba foi também o primeiro a conquistar espaço na mídia nacional para denunciar os descasos com o rio Cuiabá e em outros rios e córregos. Ele arrastou consigo um velho amigo: Massairo Okamura. Denunciavam que a devastação do rio Cuiabá, por conseqüência, ameaçavam a vida na bacia pantaneira.
 
Melhor em  se comunicação e com formação superior, Massiaro Okamura teve em João Paraíba um forte aliado na causa ambiental.
 
Mesmo se autodenominando apolítico, ele tinha forte atuação em organizações sociais. Foi fundador do bairro Cidade Verde (Cohab Velha) em 1968 e, depois, em 1977, fez parte da primeira diretoria da Associação dos Moradores do Bairro Cidade Verde, nos primórdios do movimento comunitário de Cuiabá.  Também ajudou a fundar a Colônia de Pescadores Z-1 e a Federação Mato-grossense dos Pescadores. E, ainda, na década de 1970,  ajudou a fundar a Associação dos Investigadores e Escrivães da Polícia Civil, que deu origem ao atual Sindicato da Polícia Civil (Siagespoc). Também contribuiu decisivamente para a fundação da Paróquia Nossa Senhora da Medianeira, no bairro Novo Terceiro, região Oeste de Cuiabá.
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