A primeira fase do Projeto Ribeirinho Cidadão 2014 foi encerrada no último sábado (01), em Poconé, com o número de atendimentos dentro do esperado e o objetivo de levar assistência à população que reside às margens do rio foi alcançado. Embora ainda não haja um balanço exato da demanda de assistidos, a expectativa da sétima edição do projeto é atingir a marca de cinco mil atendimentos, quando somadas a primeira e a segunda etapa, que começa na próxima quinta-feira (06).

De acordo com o Defensor Público Air Praeiro, coordenador do projeto, o patamar de atendimentos demonstra a necessidade da população, desassistida de políticas públicas. Já o Defensor Munir Arfox, presente no Ribeirinho desde a segunda edição, destacou um reconhecimento de paternidade tardio realizado neste ano e ponderou que atendimentos como este fazem com que o projeto valha a pena.

Dos serviços oferecidos pela Defensoria, um dos mais procurados até o momento, curiosamente, foi a realização de casamentos, além de Ações de Alimento e segunda via de Certidão de Nascimento. Outro foco da população que procurou o Ribeirinho foi o serviço de oftalmologia. Em todos os pontos onde as Chalanas “atracavam” as maiores filas eram em busca deste atendimento, que sempre superou o número de senhas distribuídas. Na comunidade de São Pedro de Joselândia, por exemplo, foram distribuídas 80 senhas e realizados mais de 120 consultas, prestadas pelos médicos voluntários Jesus Aparecido Dias e Paulo Sassaki.

Participando do projeto pela primeira vez, o Defensor Público Joaquim José Guedes da Silva ressaltou as dificuldades da efetivação de um projeto desta magnitude, superadas, no entanto, com o engajamento de todos os profissionais que o tornam realidade. “Graças a esse trabalho conseguimos levar mais dignidade a este povo sofrido”.

Além dos três Defensores, do Oftalmologista e do Optometrista, também participaram dos trabalhos, Clínicos Gerais, Enfermeiros, Dentistas, Juízes, Promotor, funcionário do Banco do Brasil, responsável pela emissão de CPF, do Sine, pela Carteira de Trabalho, da Politec, pela emissão de RG, do Cartório, Assistentes Sociais, que dentre os serviços realizaram cadastro no Programa Bolsa Família, Polícias Militares e Militares do Exército, bem como assessores jurídicos e representantes da imprensa.

A segunda fase, na qual a logística é mais complicada devido às péssimas condições das estradas, começa pela Comunidade de Sangradouro e termina na Reserva Indígena General Carneiro, onde deve haver o maior número de atendimentos. A expectativa é passar um dia em cada ponto de atendimento.