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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Após série de palestras

Taxistas começam a se mobilizar para evitar chegada do Uber em Cuiabá

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Taxistas começam a se mobilizar para evitar chegada do Uber em Cuiabá
Ameaçados pela possível implantação da plataforma Uber na Capital, os taxistas cuiabanos começam a se organizar para impedir a chegada do serviço, disponível em outras cidades brasileiras. A categoria argumenta que a plataforma, além de representar concorrência desleal, coloca em risco à segurança dos passageiros, uma vez que não é regulamentada como os profissionais. Por esses motivos, segundo o diretor geral do Sindicato dos Taxistas, Aelsson Alves, os motoristas agirão com cautela para exigir seus direitos e maior rigidez na legislação.


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Em Cuiabá, onde circulam 604 táxis, os profissionais aguardam o término das eleições e a confirmação da vinda do Uber para a cidade para poder tomar as providências cabíveis e exigir efetivamente a previsão de penalidades na lei, com a cobrança de multas para os futuros condutores. As críticas à plataforma, que conecta motoristas independentes aos usuários, têm base em leis federais que garantem ao município autonomia para o estabelecimento de normas destinadas ao transporte.

Em Cuiabá a lei municipal 5090 confere a prerrogativa de transporte individual de passageiros aos taxistas, fato que embasa as exigências da categoria. “Por enquanto eles só realizaram palestras. Ninguém pode ser impedido disso. Mas se chegar mesmo em Cuiabá, correremos atrás dos nossos direitos, garantidos pela lei 5090. Já começamos a articular com vereadores, mas é um período complicado por conta das eleições, nenhum dos grupos políticos quer se comprometer. Quem vai aprovar lei agora?”

Ao longo desta semana, o Uber realizou uma série de palestras na cidade e infomrou estar constantemente avaliando a possibilidade de novos locais para receber o serviço, como já acontece em mais de 500 cidades no mundo. Foi reforçado que estas análises não significam a entrada imediata da plataforma em Cuiabá, que deverá ser comunicada com um anúncio oficial.

“Parte dessa avaliação, que é feita em vários níveis, inclui buscar talentos e compartilhar informações com os cidadãos que queiram ter uma nova oportunidade de renda com autonomia, flexibilidade e dignidade dirigindo na plataforma da Uber, e não significa a entrada imediata da Uber em Cuiabá. Quando houver algo definitivo, faremos um anúncio oficial”, afirmou a empresa por meio de uma nota.

Com relação ao atos de violência cometidos contra motoristas do Uber em outros estados, o diretor reforça que o Sindicato não compactua com nenhum tipo de agressão, e que até mesmo a organização de carreatas como forma de protesto tem sido desencorajada pelo órgão, para evitar embates.“Infelizmente isso não vai resolver nossa situação no momento e ainda correremos o risco de que a população fique contra nós.”

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A suposta insegurança apresentada pelo serviço também é um dos pontos de maior rejeição, uma vez que os motoristas do Uber, que não possuem vínculo com a empresa, precisariam apenas baixar o aplicativo para oferecer as corridas. Situação contrária a dos taxistas, para quem são exigidas certidão negativa com a Polícia Federal, cursos de qualificação e exames de sanidade mental renovados anualmente junto a Secretaria de Mobilidade de Urbana.

“Não estamos dizendo que os taxistas estão isentos de cometer erros, mas graças a regulamentação, as pessoas tem como recorrer a seus direitos, sabem a quem procurar. No caso do Uber, não. Pode ser um bandido, um estuprador buscando seus filhos.Como você vai confiar? Pra quem vai reclamar se não estiver satisfeito com o atendimento? Também estamos pensando na segurança do cliente.”

Problemas com usuários e adesão ao novo serviço

Alvo de críticas por infrações e mau atendimento, os taxistas receberam recentemente uma enxurrada de denúncias estimuladas pela divulgação de um caso de ameaça sofrida por uma cliente. Na ocasião, uma mulher identificada como  T.N.R, de 26 anos,  saltou de um táxi em movimento depois de um desentendimento com o motorista, que afirmou que agrediria seu grupo de amigos.

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A partir deste caso, usuários de redes sociais passaram a relatar dezenas de infrações cometidas por profissionais que não ligaram o taxímetro e que se recusaram a fazer corridas próximas, por exemplo.

O episódio, segundo Aelsson, não representa a conduta adota pela maioria dos profissionais, tendo sido um caso isolado. “É curioso que logo após essa situação, que não é corriqueira, o Uber comece a fazer palestras em Cuiabá. Eles tem um marketing muito pesado. A gente chega a pensar se essa situação não foi um tipo de armação.”

Usuária do serviço oferecido pelos taxistas, Isabela Alves é favorável a chegada do Uber na Capital, uma vez que a novidade estimulará a concorrência e contribuirá para a melhora no atendimento. “Já utilizei o Uber em São Paulo algumas vezes e fui muito bem atendida. Os motoristas foram educados sem ser invasivos. Além disso os preços são muito melhores e o serviço é mais prático”, afirma.

Com relação a segurança, ela explica que, por meio do aplicativo, é possível ver a foto, a placa e obter as avaliações do motorista, o que possibilita a pesquisa e uma melhor escolha antes da solicitação. Em casos de infrações ou desentendimentos, também é possível fazer uma denúncia pela plataforma. “Você pede o motorista e se chegar lá não tiver as especificações que você escolheu, pode recusar e chamar outro.” 
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