Imprimir

Notícias / Política MT

Base do prefeito nega requerimento; oposição acusa blindagem à Emasa

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

A bancada do prefeito de Barra do Garças, Wanderlei Farias (PR), formada por 8 dos 10 vereadores da Câmara rejeitou sumariamente um requerimento que pedia explicações à companhia de água Emasa. O fato levantou suspeita na oposição.

O vereador Odorico Kiko (PT) disse que o documento não era contra o prefeito e pedia simplesmente informações sobre as taxas de água e esgoto praticadas pela Emasa na cidade. “Sinceramente é muito estranho que vereadores ligados ao prefeito estejam fazendo uma blindagem da Emasa”, disparou Kiko.

O requerimento pedia informações sobre critérios da taxa mínima, apresentação da planilha de custo da companhia. O vereador solicitou explicações sobre a escolha dos bairros para serem atendidos com rede de esgoto e relatório sobre quanto a Emasa já fez de rede de esgoto desde que assumiu a concessão.

O vereador Kiko adiantou que vai transformar o requerimento em representação no Ministério Público Estadual (MPE) para ter acesso às informações. “A população está sendo impedida de saber quanto paga de água na cidade e para onde vai o dinheiro arrecado pela Emasa. Eu espero que MPE me ajude a obter essas informações”, acrescentou.

O processo de licitação vencido pela companhia Emasa em 2003 está sendo investigado pela Polícia Federal que já ouviu 20 pessoas no departamento de Barra do Garças através do delegado Antônio Marques Gonçalves de Oliveira.

Ele apura se houve alguma fraude na concessão do serviço por 30 anos à empresa Emasa e se existe alguma ligação dos donos da empresa Antonio Cesara Silveira e Nestor Dossena Grando com o prefeito Wanderlei Farias, conforme denúncia encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) pelo ex-prefeito Zózimo Chaparral e pelo ex-governador Wilmar Peres de que a empresa pode ser do prefeito Farias.

O republicano sempre negou qualquer ligação com a Emasa ou até com os sócios da empresa. Entretanto, em 2003 a ex-vereadora Fátima Resende (PT) denunciou que ela não votou o projeto e que sequer a matéria foi lida na Câmara Municipal.

Todavia consta o projeto aprovado por unanimidade e com o voto da petista que entrou na Justiça contra o presidente da época, ex-vereador Welinton Marcos, aumentando mais ainda suspeita sobre a licitação vencida pela Emasa. O delegado Oliveira disse que não vai se pronunciar sobre o inquérito que corre em segredo de Justiça.

Votaram contra o requerimento: Andréia Santos (PR), Antônia Jacob (PR), Paulo Sérgio (PP), Celson Souza (PV), Sávio Carvalho(PDT), João Jajá (PR) e Miriam Lacerda (PTB). A favor somente o voto de Odorico Kiko (PT). Miguelão Moreira (PTB) estava ausente e o presidente Júlio César (PSDB) não vota.
Imprimir