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Notícias / Agronegócios

Mato-grossenses poderão usar porto do Amapá para exportar a produção

De Sinop - Alexandre Alves

Produtores rurais mato-grossenses poderão exportar grãos via Porto de Ilha de Santana, no Amapá, no futuro, depois de viabilizada a hidrovia Teles Pires-Tapajós. O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luis Antônio Pagot, está, nesta quarta-feira, apresentando lideranças do agronegócio a diretores do porto. O presidente da Companhia Docas de Santana, Riano Valente Freire, e a presidente do Conselho Administrativo Portuário, Isameire Cunha, estão, junto com Pagot, detalhando o projeto para os agricultores.

Eles já visitaram Lucas do Rio Verde e Sorriso mostrando o projeto de ampliação daquele porto, de seis milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas anuais, que prevê a construção de mais silos e armazéns de grãos. Os diretores argumentam que a localização privilegiada do porto – sendo o mais próximo terminal de cargas brasileiro do Caribe e dos Estados Unidos – pode se tornar a opção economicamente mais viável para exportar os grãos de Mato Grosso.

Todavia, para a nova rota de escoamento da safra se viabilizar, é necessária a implantação da hidrovia Teles Pires-Tapajós, com terminal de embarque em Sinop. Deste município até a Ilha de Santana, a distância hidroviária é de aproximadamente mil quilômetros – o que reduziria em mais de 50% o caminho utilizado hoje - para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Além disso, haveria economia com frete marítimo, já que o Amapá está bem mais perto do Hemisfério Norte do que os outros dois estados.

Mas o “sonho” da nova rota de transporte da produção pode já ser inviabilizada pela construção de cinco usinas hidrelétricas no Teles Pires, cujos projetos não contemplam as eclusas – sistema de elevação de balsas para vencer o desnível da represa. Pelo menos duas hidrelétricas já estão e construção – uma em Colíder e outra e Paranaíta – e nenhuma delas com o sistema elevatório.

O ideal seria construir as eclusas junto com as hidrelétricas, pois o custo seria bem menor. Instalar o mecanismo depois de uma barragem pronta pode custar até R$ 1 bilhão, como foi o caso da eclusa na Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará. Por diversos fatores – um deles a falta de recursos -, aquela obra demorou 20 anos para ficar pronta.
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