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Luiz Pagot revela que ex-ministro o procurou para pedir rol de empresas

De Brasília -- Catarine Piccioni

O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, afirmou há pouco, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, que o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB-MG) o procurou na autarquia para pedir a indicação de empresas que pudessem colaborar com a campanha eleitoral para o governo de Minas Gerais, em 2010.

No entanto, questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), Pagot tergiversou e não respondeu sobre por que ele atendeu o pedido do então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à presidência da República, José de Filippi (PT-SP), e não o da senadora licenciada Idelli Salvatti (PT-SC), atual ministra das Relações Institucionais, que disputou o governo de Santa Catarina.

Pagot disse ter sido procurado pelos dois em 2010 no próprio departamento. No caso de Fillipi, ele revelou ter apresentado uma lista de todas as empresas que mantinham contratos com o Dnit. Filippi teria dito que as maiores seriam procuradas pelo comitê da campanha.

“Então ele disse para eu escolher 30 ou 40 empresas e verificar se elas teriam condições de fazer doações para a campanha. Foi o que eu fiz”, relatou Pagot, na CPMI. Isso ocorreu, segundo ele, ainda durante o período referente ao primeiro turno das eleições. Observou ainda ter avaliado que não seria algo ilegal. "Considerando o aspecto ético, não foi ético", disse.

Em resposta ao senador Pedro Taques (PDT), ele reconheceu que só foi procurado porque ocupava um cargo importante. "Não se estabeleceu percentuais (nos contatos com as empresas). Cada um (empresário) fez a doação que achou necessária e conveniente. E nada foi vinculado (liberações de recursos para empreiteiras). Não houve associação entre doações e atos do Dnit. Só pedi (doações) porque achei que pudesse contribuir com a campanha", disse.

Em relação a Hélio Costa, ele afirmou ainda que se sentiu constrangido e ameaçado. De acordo com Pagot, Costa afirmou que seria eleito e o tiraria do Dnit. Na sessão da comissão, ainda em andamento, o senador Cidinho Santos (PR), que exerce mandato na vaga de Blairo Maggi (PR), se manifestou dizendo que a conduta de Pagot "foi normal" e que ele agiu como militante.


Atualizada 16h10. 
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