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Estado indiano proíbe uso de blusas justas para evitar assédio

Folha Online

Os diretores de colégios do Estado de Uttar Pradesh, o maior do país, proibiram as alunas de usarem "roupas vulgares do Ocidente" para evitar assédio sexual.

Segundo reportagem do jornal "Daily Telegraph", a proibição causou revolta entre grupos de estudantes e de direito das mulheres. Eles argumentam que as garotas estão sendo acusadas de incentivar o assédio sexual, em vez de se fazer uma campanha real para combater o crime.

A lista de roupas consideradas vulgares, afirma o jornal, inclui blusas sem mangas, blusas justas, mini-saias e sapatos de salto alto. A nova lei afirma que as estudantes devem usar os tradicionais saris ou roupas largas e calças compridas --que cobrem suas curvas.

A diretora de uma escola local Meeta Jamal afirma que as roupas ocidentais não pressupõem uma atmosfera disciplinar e atraem comentários de assediadores. Ela conta que já recebeu inúmeras denúncias de garotos que invadem o colégio no final das aulas para ver as meninas.

Jasmeen Patheja, porta-voz do grupo Blank Noise, que organiza protestos contra o assédio sexual, afirma que a nova regra apenas reforça o conceito de que a mulher é quem provoca o assédio e, portanto, é responsável pelo crime.

Patheja contou ao jornal britânico que o grupo realizou um estudo sobre a roupa que as vítimas de assédio usavam no momento do crime. A conclusão é que os assediadores escolhem tanto aquelas que usam figurinos tradicionais como as que optam pelas vestimentas ocidentais.

A Associação Democrática das Mulheres da Índia afirmou que planeja uma série de protestos contra a nova regra, descrita como ditatorial e inconstitucional.
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