A Procuradoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deve entrar com um pedido de reintegração de posse do prédio devido a invasão de membros do Movimento dos Sem Terras, na manhã desta quarta-feira (24).

Cerca de 200 pessoas, vindas de vários lugares do Estado, impediram a entrada de funcionários no prédio. Eles querem uma reunião com o superintendente do Incra, Wiliam Sampaio.

Em negociação durante a manhã, o superintendente propôs iniciar a reunião às 10h, desde que os manifestantes liberassem a entrada dos funcionários uma hora depois. Sem acordo, o órgão ficou fechado durante todo o dia. Sampaio alegou que um dia paralisado significa atrasar ainda mais outros processos.

Edilson Almeida, líder do movimento, contou ao Olhar Direto, que a pauta de reivindicação é extensa, porém os principais pontos são a fazenda Panorama, localizada entre Sinop e Itaúba.

De acordo com Almeida, o superintendente se nega a assinar o Plano de Desenvolvimento do Assentamento da fazenda Panorama para que sejam liberados créditos às famílias acampadas. Já Sampaio alega que o problema é jurídico.

Atualmente em Mato Grosso, 3500 pessoas estão ligadas ao MST. É unânime a reclamação pela demora em conseguir a tão sonhada terra, onde possam plantar e morar, devido a morosidade com que transcorrem os processos dentro do Incra.

No estado existem 14 acampamentos do MST na espera pela reforma agrária e outros cinco assentamentos em busca de infra-estrutura. Além da falta de recursos e pessoa, Wiliam Sampaio argumenta que o maior problema está na morosidade da Justiça. Em 2009, não foi decretado nenhum assentamento pelo Incra.