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Notícias / Cidades

Polícia Federal deflagra segunda parte da Operação Ararath com foco em magistrado federal de MT

Da Redação - Laura Petraglia e Patrícia Neves

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (25) a segunda parte da Parte da Operação Ararath e cumpre ao todo sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na cidade de Cuiabá.

Segundo informações da Polícia Federal, a investigação tramita no TRF 1ª Região em razão do possível envolvimento de um magistrado nos crimes em apuração, os quais guardam relação com a Operação Ararath, deflagrada recentemente por ordem da Justiça Federal da Seção Judiciária do Mato Grosso.

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As investigações referentes à Operação Ararath prosseguem sob segredo de justiça. Os mandados foram expedidos no curso de inquérito judicial instaurado para apurar crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

A operação é comandada pelo delegado da seção de Crimes Financeiros da PF, Wilson Rodrigues de Souza Filho. Até o momento dois notebooks já foram apreendidos e as apreensões prosseguem.

A Operação

A operação Ararath foi deflagrada no dia 12 de novembro, quando a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão para coletar provas materiais e dar continuidade nas investigações de um suposto esquema de lavagem de dinheiro e agiotagem. Entre os locais “batidos” pela PF estavam a cobertura de luxo de Júnior Mendonça, no condomínio Maison Paris, em Cuiabá, e postos de combustíveis da rede Amazônia Petróleo, da qual ele é sócio.

Júnior Mendonça era sócio proprietário da factoring “Globo Fomento Mercantil”, empresa que, segundo a PF, foi usada como fachada para negócios de agiotagem e lavagem de dinheiro.

Todas as transações financeiras supostamente ilegais eram movimentadas através de contas da factoring e da rede Amazônia Petróleo. Por enquanto, as investigações detectaram a movimentação ilegal de R$ 500 milhões nos últimos seis anos, mas a quantia pode ser maior.

A defesa

O advogado Maurício Aude, responsável pela defesa de Júnior Mendonça, afirmou que seu cliente irá responder em juízo por todas as acusações e fez questão de salientar que “O ônus da prova cabe a acusação”. Em entrevista anterior, o advogado Murilo Silva Freire, responsável pela defesa do advogado do grupo Amazônia Petróleo, disse que não existem provas contra o seu cliente e que o próprio conteúdo das investigações inocenta Júnior Mendonça. Murilo Freire havia afirmado que seu cliente não fazia operações de fomento e, quando fazia, era em obediência à legislação vigente.

Envolovimento de magistrado

Olhar Direto já havia antecipado em primeira mão no último dia 21 (veja aqui) que magistrados poderiam estar envolvidos no esquema apurado pela Polícia Federal. Uma das principais testemunhas do caso, a colunista social Kharina Nogueira, ex-esposa de Júnior Mendonça, em depoimento à PF afirmou que a Polícia Federal estaria encarando uma grande organização criminosa.

“Esse esquema é muito maior que a ‘Arca de Noé’”, disse a colunista social ao Olhar Direto, fazendo referência a operação deflagrada em 2002, pela Polícia Federal, que culminou com desmantelamento do crime organizado chefiado por João Arcanjo Ribeiro. A ação é lembrada como uma das maiores e mais bem sucedidas da história de Mato Grosso.

Atualizada às 10h06 e às 10h55.
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