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Notícias / Copa 2014

Valcke diz não acreditar em fim da venda ilegal de ingressos

Agência Brasil

 O secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, admitiu hoje (14) que houve venda irregular de ingressos da Copa do Mundo e que o problema nunca será totalmente superado, mas disse que a entidade luta para combater esse comércio ilegal.

“Nós tivemos pessoas presas na África do Sul assim como no Brasil, mas não acredito que vamos conseguir pôr um fim nessa venda de ingressos fora do sistema da Fifa”, disse Valcke. “A Fifa vende todos os ingressos no valor de face (impresso). E isso está claro. Não há sequer um ingresso vendido pela Fifa num valor superior ao que está impresso. Mas temos 3 milhões de ingressos fora do sistema da Fifa, que vão para os parceiros e são vendidos de novo. É contra essa venda que temos que lutar”, reconheceu.

Valcke disse que a Fifa colabora com os governos no combate a essa prática e afirmou que o correto é devolver à entidade os ingressos que não forem usados, em vez de revendê-los em um preço maior. “Não se pode dizer que a Fifa não está lutando contra esse sistema ilegal. Sempre oferecemos todo o nosso apoio às autoridades”.

O presidente da federação, Joseph Blatter, rebateu o uso da palavra corrupção ao ser perguntado sobre o assunto. “Para falar em corrupção é preciso apresentar provas e evidências de que houve corrupção. Agora, falar que algo estava errado com os ingressos, eu aceito. Mas corrupção? Onde? Sobre a venda ilegal de ingressos podemos dar respostas”, disse Blatter.

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro levou à prisão do britânico Raymond Whelan, diretor da empresa Match, autorizada pela Fifa a vender pacotes de hospitalidade para a Copa do Mundo, que incluem hospedagem, traslado, ingressos e outros serviços. O britânico teve prisão preventiva decretada no último dia 10, estava foragido e se entregou na tarde de hoje.

Whelan é suspeito de envolvimento em esquema ilegal de venda de ingressos a preços maiores que os impressos nos tickets, o que contraria o Estatuto do Torcedor. De acordo com as investigações, a prática levava a lucros que chegavam a 1.000%.
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