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Fabris defende volta do regime militar “para colocar ordem” e Botelho lamenta manutenção da maioridade penal

Da Redação - Ronaldo Pacheco

“Fiquei horrorizado com o que vi no Congresso Nacional, ontem (30), em Brasília. Me desculpe, mas o Brasil só tem um conserto: Castelo Branco”. A declaração do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), líder do Bloco Social, Trabalho e Democracia, na sessão ordinária desta quarta-feira (1), na tribuna do Plenário das Deliberações Renê Barbour, defendendo a volta dos militares ao poder central, provocou olhares curiosos e até de reprovação dos poucos presentes às galerias do Edifício Dante de Oliveira.  

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“O regime [militar] coloca ordem, no país! Já o PT faria oposição. Eles são craques em oposição. Vão eleger senadores, deputados federais e estaduais, prontos para fazer forte oposição”, argumentou Fabris, em pronunciamento acompanhado pela reportagem do Olhar Direto.
 
O deputado estadual Eduardo Botelho (PSB), vice-presidente da Assembleia Legislativa, não fez menção à volta do regime de exceção. Ele preferiu criticar a Câmara dos Deputados por não tratar o projeto da maioridade penal com a seriedade que a população exige.
 
“Por causa da legislação, menores continuam matando, roubando... E o Congresso não fez a sua parte. É realmente lamentável”, criticou Botelho, na tribuna, durante a mesma sessão.
 
Gilmar Fabris entende que na época do regime militar existia respeito mútuo, entra as pessoas. “Aluno não pode bater em professor. Tem que respeitar. As coisas têm que mudar”, observou Fabris.
 
O líder do Bloco Social, Trabalho e Democracia fez duras críticas também à declaração do ministro Eduardo Cardozo, da Justiça, de que graças a Deus não se aumentou a maioridade penal, já que não existe cadeia para abrigar todos. “Para acabar com o pequi de Goiás, vem ministro [da Justiça] e diz: Deus me livre se acabar com a maioridade. onde vou colocar esse povo? Não tem lugar nas cadeias. O Brasil vai ter que fazer mais 40 mil vagas ao anos”. É absurdo”, detonou Fabris.

“Que faça o que for preciso: tem que limpar a rua. Em princípio eu era a favor de reduzir a maioridade penal. Mas, depois, percebi que iria recrutar menores de 15 anos, 14 anos. Mais sensato é uma cadeia pesada, a partir dos 13 anos, para o criminoso. Melhor do que reduzir a maioridade penal”, afirmou Gilmar Fabris.
 
“Saí horrorizado de Brasília. Horrorizado com o Brasil e com o pronunciamento do ministro da Justiça, que jamais pode fazer isso [reduzir a maioridade penal], porque não tem onde colocar os presos. Vi uma nação falida. Um sistema falido. Fico triste de escutar isso. Do vereador ao senador, todos têm compromisso de virar o jogo”, sintetizou Fabris, que quebra a monotonia das sessões ordinárias da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, com suas teses pouco ortodoxas e pronunciamentos originais ao extremo.
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