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Notícias / Cidades

Polícia Federal investiga venda irregular de munições em lojas de armas de Mato Grosso

Da Redação - Wesley Santiago

As lojas de armas investigadas na operação ‘Ineptus’, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16), poderiam estar vendendo munições de forma irregular, segundo o delegado da Polícia Federal, Marco Aurélio Faveri. As investigações apontam que os proprietários utilizariam nome de pessoas que tem arma de forma legal, para entregar os cartuchos para terceiros, que por alguma razão, não poderiam adquiri-los. Para o delegado, “isto é um crime muito grave”.

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“Nós constatamos (durante as investigações) que as lojas de armas estavam vendendo munição de forma ilegal e isto é um crime muito mais grave. Munição só pode ser vendida para quem possui uma arma devidamente registrada. O que nós constatamos é que eles estavam comercializando munição para pessoas não autorizadas, dizendo que era para pessoas que possuem armas. Estavam usando nome de uma pessoa que tem arma legalmente, para poder entregar a um terceiro, que por alguma razão não pode adquiri-las”, explicou o delegado.
 
O delegado acrescenta que este é um crime muito mais grave do que os cometidos pelos acusados na operação ‘Ineptus’: “Geralmente, isto é utilizado para comercializar arma para bandidos, pessoas que se não fosse dessa forma, não teriam acesso às munições. Isto é um crime muito mais grave que pode trazer reflexos negativos para a sociedade. Eles podem estar comercializando munição para bandido”.
 
Porém, o delegado comenta que, por enquanto, há indícios de que isto acontecia. Os documentos apreendidos nesta sexta-feira, devem auxiliar nas investigações: “Isto nós temos indícios e com a documentação apreendida hoje, visamos confirmar se isto aconteceu ou não. Tudo isto a partir da contabilidade do estoque de munição que a empresa deve manter”, finalizou.
 
Operação
 
A Polícia Federal em Mato Grosso deflagrou na sexta-feira (16), a operação ‘Ineptus’, que tem como objetivo desarticular associação criminosa voltada ao comércio ilegal de armas de fogo e munições, utilizando-se de documentação falsa para obter o registro federal de armas. Ao todo, de acordo com assessoria do órgão em Mato Grosso, foram emitidos oito mandados de  buscas e apreensões, sete conduções coercitivas e 11 intimações para entrega das armas de fogo adquiridas mediante a apresentação de documentos falsos, nas cidades de Tangará da Serra (MT), Cuiabá (MT), Sapezal (MT) e Nobres (MT), cujos mandados judiciais foram emitidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso.
 
O esquema
 
Conforme o delegado, o cidadão comum chegava na loja de armas e lá já era prestado todo um serviço de ‘assessoria’. Era um pacote completo vendido. Sem a pessoa saber, eram utilizados documentos falsos para enganar a Polícia Federal. Existia a venda da arma, utilização de despachante para trazer os documentos e o instrutor de tiro. “Isso é uma temeridade, o instrutor é familiar do vendedor da arma. Sendo que ele tem de ser uma pessoa isenta que deve ensinar o manuseio da arma e avaliar se a pessoa tem capacidade de ter uma para si. O comerciante não tem interesse que o cliente dele seja reprovado. O mesmo acontecia no teste psicológico”, finalizou.
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