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Secid abre licitação para demolição da Ilha da banana; comerciantes reclamam de violência na região

Da Redação - André Garcia Santana

Habitada por dezenas de moradores de rua e usuários de droga que fazem de seus escombros abrigo às inúmeras deficiências que circundam suas realidades. Entre a Igreja de São Benedito e o Morro da Luz, na Avenida Tenente Coronel Duarte, o conjunto de imóveis, que já funcionou como centro comercial no centro de Cuiabá, enfrenta uma série de trâmites judiciais para que sua demolição seja permitida. A medida é cobrada por comerciantes que atuam na região, que reclamam dos riscos oferecidos pelos usuários que vivem ali aos clientes e pedestres.  

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A intervenção dará espaço à construção de um dos eixos de integração do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e leva em consideração que as mudanças não afetarão diretamente o Centro Histórico de Cuiabá. Até agora, de acordo com a Secretaria de Estado de Cidades (Secid), das 15 edificações que serão demolidas já há autorização para 12. Em março deste ano o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), chegou a autorizar as demolições, no entanto, problemas jurídicos com donos de imóveis adiaram os trabalhos.

O titular da Pasta, Wilson Santos também afirma que além das negociações, já foram abertas as licitações para as empresas de demolição. “Estamos negociando os três últimos. Só quando o poder judiciário retomar as atividades. Tenho mantido contatos com magistrados, estive pessoalmente na sede do Iphan. Ela (ilha da banana) não está na área do centro histórico, está no entorno, então não há impedimento para demolição. Já disparamos o processo para quando a decisão sair, já termos as empresas”, explicou.

Na opinião de Iarla Borges, dona de uma farmácia nas proximidades da Ilha,a demolição deixará o local mais seguro.  “Sou a favor de destruírem ali, porque tem muito usuário morando e eles acabam atrapalhando até as vendas, porque ficam na porta dos estabelecimentos pedindo dinheiro, oferecendo riscos aos clientes, deixando eles constrangidos. Pedimos pra eles não podem fazer isso, pedimos pra sair e ameaçamos chamar a polícia e alguns respondem com agressividade.”

Os relatos também se estendem a situações de maior agressividade, na qual funcionários também são expostos a riscos. Também são compartilhados por outros comerciantes, como A.B.R, que há três anos atua na região. Ele conta que todas as lojas em frente ao Morro da Luz já foram assaltadas, desde a lanchonete até a casa de molduras. Além disso, os passageiros que aguardam nos pontos de ônibus também são vítimas das ações.

“Tem aqueles que vêm querendo curativos porque se machucaram em algum lugar, como não fazemos curativo eles ficam bravos, tiram a roupa, agridem funcionário, vem pra cima. Temos até umas barras de ferro ali, por medo de acontecer algo pior. Às vezes a farmácia está cheia e eles vêm, passam desodorante e saem correndo, ou roubam alguma coisa”, afirma Iarla.

Na segunda (26), uma mulher identificada como Tereza Ramires,de  50 anos, foi presa por tráfico de drogas pela Polícia Militar (PM). Considerada a "chefe do tráfico de drogas na Ilha da Banana, ela escondia uma quantidade de pasta base de cocaína, entre os seios, por baixo da blusa. Além da droga, foram apreendidos um celular, três correntes e R$ 78 em dinheiro. De acordo com o boletim de ocorrência nº 2016.413129 a suspeita usava os cômodos abandonados como moradia, mantendo ali uma televisão, cama e geladeira.
 
A ação policial também resultou em patrulhamento no casarão, onde, segundo a Prefeitura de Cuiabá vivem mais ou menos 30 pessoas.  Também foi informado pela administração que todos os moradores já foram cadastrados pelas secretarias de Ordem Pública e Assistência Social e que, quando as demolições se efetivarem, eles deverão ser encaminhados a clínicas de recuperação ou albergues.
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