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Notícias / Cidades

Advogado critica passividade de autoridades brasileiras em caso de cuiabano acusado de matar adolescente português

Da Redação - Wesley Santiago

Pedro Proença, que atua como advogado do pai de Rodrigo Lapa, 15 anos, assassinado no dia 22 de fevereiro do ano passado, citou a passividade das autoridades brasileiras no caso. O cuiabano Joaquim Lara Pinto é apontado como um dos principais suspeitos de ter matado o adolescente. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, Pedro diz que nunca afirmou que o mato-grossense seria o responsável: “É apenas e até o momento, um suspeito e nada mais”. O advogado de Joaquim, Raphael Arantes, garantiu que o seu cliente quer logo tudo esclarecido.

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“Está havendo uma demora excessiva. A carta rogatória já foi enviada para o Brasil há quase 6 meses e ainda não foi cumprida. Devia ter sido cumprida em 2 meses. Há um mês reuni com a Procuradora Geral da República, em Lisboa e manifestei a minha preocupação pela passividade das autoridades brasileiras e apelei a uma maior pressão para cumprimento da carta rogatória”, disse o advogado.
 
O advogado ainda disse ter recebido uma garantia de que as autoridades brasileiras seriam pressionadas, o que não aconteceu até agora: “O encerramento do inquérito está dependente do cumprimento da carta rogatória. Pelo que sei falta só essa formalidade. Nunca afirmei que acredito que o Joaquim Lara é o responsável. É apenas e até ao momento um suspeito e nada mais. Nem sequer é arguido [acusado] no processo. O que é necessário é por fim a esse inquérito, mesmo que se conclua que não foi possível encontrar o ou os responsáveis”.
 
Por fim, Pedro Proença ainda lembra que em caso de comprovação da participação do cuiabano, ele teria de ser julgado no Brasil: “Esta espera está fazendo mal a muita gente e cria instabilidade social. Se o Joaquim Lara for o responsável não pode ser extraditado para Portugal. A constituição brasileira não o permite. Teria de ser julgado no Brasil”.

Outro lado

O advogado de Joaquim Lara, Raphael Arantes, informou ao Olhar Direto que "até o momento, não tivemos nenhum tipo de informação ou chamada a Justiça. Me parece que está muito no campo da divagação. Após o depoimento à Polícia Federal, não tivemos mais nada. Os documentos dele continuam por lá, passaporte, comprovante de endereço e trabalho, tudo. Vamos aguardar a Justiça".

Polícia Federal

A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou ao Olhar Direto que a representante da Interpol, em Mato Grosso, relatou que após o envio do termo de depoimento para as autoridades portuguesas, não houve nenhuma notificação referente a carta rogatório ou qualquer outro documento.
 
Revolta
 
O pai do jovem português Rodrigo Lapa, Sérgio Lapa, concedeu uma entrevista exclusiva ao Olhar Direto e relatou o drama que vive após a morte do garoto, que foi assassinado em fevereiro em Lagoa (Distrito de Faro, em Portugal). O cuiabano Joaquim de Lara Pinto, padrasto do menino, é apontado como um dos suspeitos do crime. Na entrevista, Sérgio afirma que mataria o responsável pelo crime e que descobriu o que era ódio após o homicídio.
 
O caso
 
O cuiabano Joaquim de Lara Pinto é alvo de investigação da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal que apura a morte do enteado dele, Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto a 100 metros de casa, em Lagoa, após uma semana de desaparecimento. O mato-grossense já tinha as passagens para o Brasil compradas um mês antes da morte do adolescente. Segundo a imprensa local, ele é apontado como o principal suspeito.
 
De acordo com as informações da imprensa local, o adolescente desapareceu no dia 22 de fevereiro de 2016, mesmo dia em que Joaquim retornou ao Brasil. Rodrigo Lapa foi encontrado com as mãos amarradas e uma corda atada ao pescoço. Segundo a mãe do garoto, Célia Barreto, o cuiabano já havia marcado a viagem há um mês.
 
Exames complementares divulgados pela Polícia Judiciária de Portugal apontam que o jovem Rodrigo Lapa, de 15 anos, foi morto por estrangulamento mecânico, provavelmente pelo braço de seu padrasto, o cuiabano Joaquim Lara Pinto. Depois se contradizer em vários depoimentos e alegar que padrasto e enteado tinham uma boa relação, a mãe do adolescente, Célia Lapa, confessou ter presenciado a agressão sofrida por Rodrigo e ouvido seus gritos no dia do assassinato.
 
Após uma discussão, Joaquim teria se escondido e esperado o adolescente sair do quarto para agarrá-lo pelo pescoço e arrastá-lo para a cozinha da casa onde viviam, mantendo-o imobilizado. De acordo com a imprensa portuguesa, a mulher alegou não ter contado isto à polícia antes por medo de que Joaquim fizesse alguma coisa contra ela ou contra a filha que tem com ele, que na época tinha seis meses. Mesmo assim, a mulher teria mantido contato por telefone com o companheiro após o crime.
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