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Romoaldo garante que é oposição, mas diz que CPI vai 'atrapalhar' investigações sobre grampos ilegais

Da Reportagem Local - Érika Oliveira/Da Redação - Lázaro Thor Borges

O deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) rechaçou a ideia de abrir um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os supostos os casos de grampos ilegais, denunciados pelo programa Fantástico no último domingo (15). De acordo com o parlamentar, a CPI poderia 'atrapalhar' as investigações policiais sobre o caso. A declaração foi feita nesta quinta-feira (17) durante evento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). 

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"Ultrapassaram qualquer limite da racionalidade. E a deputada Janaína Riva é hoje uma das vítimas desse aparelhamento, mas eu acho que não é a CPI que vai resolver o problema. A ALMT é uma casa política, esse caso do grampo é um caso de polícia. Eu não participo de CPI porque eu acho que a CPI não vai levar a nada. É só um sangramento do governo e das pessoas envolvidas e acaba atrapalhando as investigações.", assinalou o deputado. 

O posicionamento contrário a criação da Comissão trouxe à tona o debate sobre como Romoaldo se vê dentro do quadro político atual. O parlamentar voltou a tergiversar sobre o tema ao se colocar como um opositor que não abre mão da independência para tomar decisões que volta e meia possam divergir da cúpula do PMDB em Mato Grosso.

"Sou fiel ao meu partido, me sinto confortável no PMDB. Nunca recebi nenhuma pressão por parte do presidente Bezerra e tenho uma posição bastante independente. Eu estou no meu oitavo mandato na vida pública, não é agora que eu vou aceitar pressão. Eu quero que o governador acerte, mas se houver projetos que não sejam bons para o estado e se eu não concordar eu vou voltar contra." finalizou o peemedebista.  

O caso dos grampos
 
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do último domingo (14) que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.
 
O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico. Em entrevista ao dominical, o ex-secretário Paulo Taques afirmou que seu desligamento da Casa Civil, confimado na última quinta-feira, não tem relação com o fato. O promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança da gestão Taques, revelou que informou ao governador sobre os grampos. O chefe do Executivo, no entanto, garantiu que não sabia de nada e informou que o protocolo apresentado por Zaque não corresponde ao assunto.
 
Barriga de aluguel
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas emu ma apuração sobre tráfico de drogas.
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