Imprimir

Notícias / Política MT

Galli afirma que JBS “perdeu tempo” com ele e avalia falta de clima para votar

Da Redação - Jardel P. Arruda

Um dos 10 políticos de Mato Grosso beneficiado com doação da JBS em 2014 e foram eleitos, o deputado federal Victório Galli (PSC) afirma que a empresa “perdeu tempo” com ele se esperava receber alguma coisa em troca do apoio eleitoral. Contudo, vê a delação dos donos do grupo, os irmãos Josley e Wesley Batista, como uma “bomba” em Brasília, com poder de ter acabado com clima das votações das reformas.

Leia mais:
Taques classifica protesto contra reformas como baderna e chama manifestantes de "fascistas"

“Eles perderam tempo comigo. Eu nunca recebi ninguém da JBS no meu gabinete. Eu nunca fui procurado por ninguém deles. E nem pelo partido para votar alguma coisa para eles. Talvez porque eu ainda seja um político ‘anônimo’ e que sempre preza pela ética”, avaliou o deputado federal que compõe a bancada evangélica e atualmente coordena a bancada federal de Mato Grosso.

Vitctório Galli recebeu R$ 30 mil em doação da JBS através de verbas repassadas pelo PTB, partido que compunha com o PSB uma chapa proporcional na eleição de 2014, conforme a legislação eleitoral permite. Dessa forma, ele assegura nunca ter tido qualquer relação com a empresa e que nem tinha conhecimento da origem do dinheiro. Além disso, Galli ressalta ter sido o parlamentar que recebeu a menor doação.

“Eu só fui descobrir que esse dinheiro venho da JBS depois da eleição, quando o TSE queria saber a origem do dinheiro que veio do PTB. Só aí eu descobri. Mas eu recebe a menor quantia entre os deputados. R$ 30 mil não faz nem diferença na campanha de um deputado federal”, ponderou.

Entretanto, se por um lado o deputado federal afirma que a delação da JBS, que fala sobre esquemas de financiar campanhas eleitorais de através de doações legais e de caixa 2 por meio de propina para então se beneficiar com apoio do político eleito, não o afeta, o mesmo não vale para o “clima” no Congresso.

“Brasília pegou fogo literalmente nessa semana, com as manifestações. Agora é hora de reorganizar. Não há clima para votar as reformas. É preciso ter calma”, disse. Conforme Victório, é preciso ter calma para encontrar uma solução e findar a instabilidade. Isso pode acontecer, inclusive, com a retomada do julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode acabar na cassação do mandato do presidente Michel Temer (PMDB), um dos maiores afetados pela delação da JBS.
Imprimir