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No adeus ao professor Aecim Tocantins, destaque para seu trabalho por MT, com legado de ética e honradez; veja fotos

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

Centenas de familiares, parentes, amigos e autoridades compareceram à Capela das Orquídeas, nos Jardins – área central de Cuiabá, neste domingo (18), para o último adeus ao ex-prefeito e professor Aecim Tocantins, 94 anos, morto na última madrugada, vítima de parada cardíaca e septicemia (infecção geral grave do organismo). Em todas as declarações, um lamento e uma citação de credibilidade ao homem público, cidadão e pai de família.
 
“Toda despedida é dolorosa, principalmente por ser um pedaço da vida que deixamos pra trás perdendo. Talvez, a chance de vivê-la”, afirmou o alfaiate Antônio Pedroso Dias, 99 anos, responsável pelos cortes das roupas de Tocantins, principalmente blazers e calças, por mais de meio século. Pedroso recordou a simplicidade do cliente ilustre, que, não raras vezes, pagava roupas para outros amigos que não tinham condições.
 
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Aos 65 anos, o desembargador Sebastião Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, recordou que foi trabalhar com Aecim Tocantins ainda na adolescência, como office boy, em 2 de maio de 1966. Ele só saiu com emprego assegurado,  conseguido a pedido do próprio Aecim, na extinta Companhia de Saneamento do Estado (Sanemat).
 
“O professor Aecim dizia: a dignidade de um homem não está naquilo que os outros pensam nem em seus bens, mas em sua vida de caráter irreparável. Era um exemplo que todos deveriam seguir”, afirmou Sebastião Moraes, que guarda dessa convivência algumas das melhores recordações da sua vida. O desembargando entende que Tocantins é um exemplo que deveria ser seguido.
 
O procurador geral de Justiça, Mauro Curvo, disse que professor Aecim faz muita falta para a vida pública de Mato Grosso, num momento em que há aridez de bons exemplos. “Ele representou o verdadeiro homem público. Honesto, probo e preocupado com a sociedade que vivia. Certamente, Mato Grosso perde uma referência”, sentenciou Curvo.
 
Amigo de longa data, o ex-governador Júlio Campos (DEM) lembrou que Aecim deu importante contribuição para Mato Grosso. “Estamos do todos de luta, mas fica o seu exemplo de trabalho e honradez”, disse Campos.
 
Amigo da família de longa data, o arcebispo emérito de Cuiabá, dom Bonifácio Piccinini, esteve no velório para celebrar a cerimônia final. “Era um bom homem. Bom pai de família. Bom Católico. Está nos braços do Altíssimo”, afirmou dom Bonifácio.
 
O filho Mário Luiz Correa Tocantins explicou que o pai vinha tratando da saúde há tempos, mas o quadro se agravou, na semana passada. “Ele teve pneumonia e foi internado. Depois, houve o problema no intestino. Os médicos optaram pelo tratamento clínico, por causa do histórico de cardiopatia, pois tinha duas pontes de safena e três stents no coração. Lutou muito [pela vida] até a madrugada deste domingo”, explicou Mário Luiz.
 
Aecim Tocantins foi professor, prefeito de Cuiabá (1961) e ministro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), cargo correspondente ao de conselheiro, atualmente. Também era escritor e membro da Academia Mato-Grossense de Letras (AML) e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGM). Deixou a viúva dona Célia Corrêa Tocantins, a popular Celita, e dois filhos – Mário Luiz e Maria Luíza.
 
O governador José Pedro Taques (PSDB) lamentou e, em nota, o falecimento de o professor Aecim Tocantins e decretou luto oficial por três dias. Fora de Cuiabá, Taques foi representado no velório pelo secretário José Adolpho Vieira, chee da Casa Civil. O prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), de Cuiabá, também divulgou nota de pesar e decretou luto oficial por três dias.
 
 O velório está sendo realizado na Capela Jardins, na sala das Orquídeas, no bairro Bandeirantes, na Capital. O enterro está previsto para acontecer às 16 horas, no Cemitério da Piedade, area central de Cuiabá.
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