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Filha de soldado atingido em tiroteio "sentiu" morte de militar: "meu pai está indo para o céu"

Da Redação - André Garcia Santana

Acompanhando a avó, em viagem à Barra do Garças (540 km de Cuiabá), a filha do soldado Kennedy Campos da Costa, 25, teria pressentido o momento em que o pai morreu. O relato foi feito pela mãe do jovem, aos colegas que prestavam condolências à família na funerária. De acordo com ela, a criança, de cinco anos, acordou a noite queixando-se de dor de cabeça, chorando e afirmando que seu pai “estava indo para o céu.”

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Momentos depois, ela foi comunicada sobre a morte do filho, atingido por um tiro no peito durante um confronto com um sargento, no bairro Tijucal, em Cuiabá. A mulher, que vive em Primavera do Leste (240 km de Cuiabá) com a Família, se deslocou ainda na madrugada para a Capital, onde aguardou pela liberação do corpo do Instituto Médico Legal (IML), às 9h, e acompanhará o adeus dos colegas à Kennedy, no auditório do Comando Geral da Polícia Militar (PM).

O pai do jovem também estava ausente da cidade, em uma fazenda no interior. Já em Cuiabá, ambos foram surpreendidos pela prestação de condolências de militares e civis, que os procuraram na funerária, fazendo com que viabilizassem a realização de uma parte da cerimônia aqui. Do Comando Geral, o corpo segue às 19h para Primavera do Leste, onde será velado até o início da tarde e sepultado às 15h, no Cemitério da cidade.

Kenedy morreu com um tiro no peito durante uma troca de tiros com o sargento Jorge Roberto e Silva, 42,  no bairro Tijucal, em Cuiabá, na noite de sábado (17). Informações preliminares apontam que o jovem tomou conhecimento sobre um roubo em Barão de Melgaço, e, suspeitando que os criminosos estariam na região, aborbou o carro do militar. Este, por sua vez, achou que a situação se tratava de uma tentativa roubo e reagiu, dando início a confusão.

De acordo com o cabo Laudicério Aguiar Machado, professor de Kennedy durante a 30º Curso de Formação da PM, todos os policiais estão consternados pela situação. Assim, em solidariedade à sua família, policias militares da Capital organizaram uma campanha para arrecadar a quantia necessária para a realização do velório. A criança, que vive com a mãe, passava o final de semana com a avó, foi deixada aos cuidados de uma tia para que ela viesse para a Capital. 

A situação também gerou comoção nas redes sociais, onde amigos e familiares lembraram a postura do rapaz e desejaram apoio mutuo. “E o tempo passa tão rápido e não temos tempo suficiente para dizer para as pessoas o quanto amamos elas. Deus te levou com ele, mas de uma coisa tenho certeza, você fez sua parte aqui na Terra [...]Meu coração está em pedaços por saber que não vou te ver mais...”, diz uma das usuárias. 

Atualizada às 8h38
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