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Notícias / Cidades

Preso assassino de travesti morta com golpes de chave de fenda; cobranças da comunidade gay ecoaram

Da Redação - Ronaldo Pacheco

Depois de muita pressão da comunidade gay da região, o suspeito Cleverson dos Santos, 28 anos, o ‘Zico’, foi preso no início da noite deste sábado (15) e confessou ter assassinado a travesti Lolly ou Larissa Valverde, como era conhecido o jovem Luiz Henrique Ferreira, de 24 anos, com golpes de chave de fenda. Ele foi preso logo após furtar um salão de beleza, na Rua Mato Grosso, nas imediações da entra do Setor Industrial de Sorriso.

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Pela crueldade, já que que houve mutilações diversificadas no corpo de Loly, a comunidade gay de Sorriso reagiu cobrando justiça. E a gritaria maior foi liderada pelo vereador Maurício Gomes (PSB), primeiro gay assumido a conquistar uma cadeira na Câmara de Sorriso, onde a sociedade é majoritariamente conservadora.
 
O próprio Cleverson explicou em detalhes, como aconteceu o crime, que, primeiro, tentou furtar a Paróquia Santa Luzia. E, na sequência, se encontrou Loly, na rua, e os dois foram para o pátio de um supermercado. Então, começaram a usar drogas, agachados. Foi quando Loly perguntou se Cleverson desejava transar com ela, ao que respondeu não ter interesse.
 
Foi então que Loly foi se levantar e recebeu os primeiros golpes de chave de fenda, desferidos por Cleverson. Loly caiu e ficou agonizando no local. A arma do crime era a mesma com a qual  Cleverson tinha tentado, horas antes, furtar a Paróquia Santa Luzia. No latrocínio,  ‘Zico’ Cleverson pegou o tênis de Loly e outros pertences, fugindo do local para trocar os produtos por drogas.
 
Cerca de duas horas após o homicídio, Cleverson voltou ao pátio do supermerdado para ter certeza que Loly estava morta. ‘Zico’ ainda disse, na confissão, que não foi ele quem pegou os R$ 50,00 que estavam na bolsa de Loly. Ao ser preso, antes de confirmar a sua idenficação real, Zico ainda mentiu sobre sua verdadeira identidade, dizendo que seu nome era Júlio César.


 
Homofobia
 
Pelo grau de violência e por ter enterrado a chave de fenda no ânus de Loly ou Larissa Valverde, o vereador Maurício Gomes interpreta o homicídio, além da latrocínio, como um ato bárbaro de homofobia. Ele observou que as autoriades competentes têm de iniciar, em caráter de urgência, uma campanha contra a homofobia em Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum e Sinop, entro outros municípios, que têm intolerância à comunidade LGBT, com registros de casos de ataques a travestis, lésbigas e gays.

Mauricio Gomes avalia que, se não fosse a cobrança contundente da comunidade LGBT, dificilmente a prisão teria ocorrido com a rapidez que o caso exige e o criminoso poderia ficar impune, como os possíveis mandantes do assassinato do ex-vereador Elias Maciel, morto a facadas, em dezembro de 2012.
 
“É profundamente lamentável que a parcela considerável da sociedade de Sorriso e região tratem os membros da comunidade LGBT como párias ou escória. Não vou me calar! Isso é mesmo inadmissível”, disparou Maurício Gomes.

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