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Após dois anos Hospital Geral volta a atender pacientes com o 'Pé Torto' e demais deformidades congênitas

Da Redação - Fabiana Mendes

Após dois anos paralisados, os atendimentos ambulatoriais na especialidade pediátrica no Hospital Geral de Cuiabá foram retomados. No ultimo sábado (21), duas crianças que sofriam com má-formação congênita conhecida como "Pé Torto Congênito” passaram por procedimentos de correção com o ortopedista Dr. Miguel Alito e sua equipe.

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A parceria firmada entre a Prefeitura de Cuiabá o Hospital Geral irá disponibilizar aos pacientes do Sistema Único de Saúde 8 procedimentos cirúrgicos por mês e realizará 40 consultas mensais na especialidade. “Estamos muito contentes com a retomada deste serviço porque esta equipe é especialista e referência nacional neste tipo de procedimento e durante 10 anos atendeu aqui no HG”, destaca o diretor clínico Dr. Antônio Figueiredo.
 
De acordo com as estatísticas uma a cada mil crianças no mundo nascem com a deformidade.
 
Segundo o ortopedista pediátrico, Miguel Alito, essa má formação surge ainda na gestação e, quanto antes à criança for tratada, maiores são as chances de recuperação do posicionamento normal dos pés. No pé torto congênito os tecidos que ligam os ossos (ligamentos) são mais curtos que o usual em várias articulações , assim como músculos e tendões, causando alterações nas posições ósseas levando ás deformidades observadas.
 
"Como nas primeiras semanas de vida há mais facilidade para a manipulação do bebê, o ideal é que o tratamento seja iniciado o quanto antes. Com o uso de gessos que são trocados semanalmente consegue-se a correção progressiva destas deformidades. Cerca de seis trocas de gessos podem ser suficientes para a correção. Porém, a maioria dos casos exige cirurgias ao final do tratamento com as trocas de gessos. A intervenção cirúrgica é pequena (anestesia local e
corte/alongamento do tendão aquiliano) e a recuperação da criança ocorre sem maiores preocupações. A técnica que utilizamos na atualidade é conhecida como Ponseti”.
 
O especialista explica que as chances da criança crescer com um pé praticamente perfeito e ter uma vida normal são maiores que 90%. Porém, em alguns casos, os pais procuram o médico e o tratamento quando a criança já tem mais anos de idade, quando as juntas já estão mais duras , os ossos deformados podem precisar de intervenção cirúrgica.
 
Nesses casos as chances de sucesso diminuem, podendo, até mesmo ter sequelas, como redução da força dos músculos do pé e da perna e rigidez a partir da segunda década de vida.
 
O médico relata que, além do serviço realizado dentro do hospital, o papel da família também é essencial para a recuperação total da criança. Ir às consultas regularmente e seguir as recomendações médicas fazem o tratamento ser um sucesso, possibilitando uma vida mais comum e sem transtornos aos pequenos.
 
"O comprometimento dos pais é muito importante e é um dos processos principais dentro do tratamento. É preciso que a família siga à risca as recomendações de utilizar a órtese no período necessário, por mais que o problema pareça já estar corrigido, para que ele não reapareça”, completa Alito.
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