Imprimir

Notícias / Cidades

Filho de Teori não descarta sabotagem em voo que matou ministro e duas mato-grossenses

Da Redação - Wesley Santiago

Há quase um ano, caia - no litoral Sul do Rio de Janeiro - o avião Hawker Beechcraft King Air C90, prefixo PR-SOM, que levava o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, duas mato-grossenses, um empresário e o piloto. Desde então, as causas do acidente aéreo ainda não foram reveladas e o filho mais novo do magistrado, o advogado Francisco Zavascki, não descarta a hipótese de sabotagem, por conta do rumo que as investigações sobre a Lava Jato estavam tomando.

Leia mais:
Testemunha relata desespero de mato-grossense que morreu presa às ferragens de avião: “Pedia socorro”
 
Em entrevista à jornalista Janaina Garcia, do UOL, Francisco diz que a falta de respostas gera uma agonia na família: "Imagino que, em um caso dessa repercussão, a polícia esteja tomando todas as medidas cabíveis e adotando todas as precauções para que se tenha a conclusão mais segura possível. Mas acho que se justificam as ilações de que também possa ter havido homicídio, já que eram tantas as coincidências e já que o momento era tão propício", afirmou, referindo-se à proximidade de homologação das delações pelo relator dos processos no Supremo.
 
Francisco Zavascki, logo depois do acidente, foi a pessoa mais próxima a Teori a levantar publicamente a questão sobre uma possível sabotagem da aeronave, que chocou-se contra o mar na cidade de Parati (RJ).
 
Também à reportagem, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não opera com prazo para a investigação de acidentes. Porém, o órgão entende que o processo [de apuração] é proporcional à complexidade da ocorrência.
 
"As investigações do Cenipa são conduzidas sempre no menor prazo possível. É importante esclarecer que o objetivo da investigação realizada pelo Cenipa é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram", informou o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), em Brasília.
 
Procurada para comentar em que fase está o inquérito, a PF não se pronunciou até a publicação desta reportagem. A assessoria de imprensa do MPF-RJ informou que o procedimento instaurado, ainda não concluído, corre sob sigilo. Dias após a queda do avião, o juiz federal Raffaele Felice Pirro, de Angra, decretou segredo sobre as apurações.
 
Duas mato-grossenses de Juína, identificadas como Maria Hilda Panas e sua filha, Maíra Panas, também estavam na aeronave que caiu. Esta última, uma jovem de 23 anos, conseguiu sobreviver a queda da aeronave que levava cinco pessoas, mas ficou presa entre as ferragens e morreu afogada.
 
O empresário Elias Ramos, que tem um empreendimento na região, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local: “Quando cheguei perto do avião, já vi a moça batendo na janela pedindo socorro. Tentamos salvá-la, mas infelizmente não deu tempo. Pelo vidro eu só vi a mão dela batendo. A gente a escutava dizendo: ‘socorro, socorro, me ajuda por favor’. Infelizmente, quando conseguimos passar com a mangueira de oxigênio, que fizemos um buraco na fuselagem, já não deu mais tempo”, disse em entrevista à Globo News.
 
Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, a tia de Maíra, Rose Panas, também lamentou o sofrimento: “Nós ficamos sabendo que a minha sobrinha não morreu na queda da aeronave, mas provavelmente afogada. Tentaram salvar, mas não conseguiram. É muito triste, ninguém acredita, não caiu a ficha”.
 
Os passageiros foram todos identificados, são eles: Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal; Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, empresário; Osmar Rodrigues, piloto do avião; Maira Lidiane Panas Helatczuk, massoterapeuta de Filgueiras e Maria Ilda Panas, mãe de Maira.
 
Como já havia adiantado o Olhar Direto, mãe e filha foram convidadas por Carlos Alberto para um fim de semana, em Paraty (RJ). “A Maíra tinha ganhado uma viagem do Carlos Alberto, dono do hotel Emiliano [em que ela trabalhava] e estava levando a mãe para conhecer o litoral”, disse Rose Panas.
 
Maria Hilda morava em Juína, onde trabalhava como coordenadora de uma escola. Ela era professora e tinha pelo menos duas pós-graduações. A mulher de 55 anos nasceu em Guarapuava (PR). Já Maíra nasceu em Juína e estava morando no estado de São Paulo. Ela atuava como fisioterapeuta de uma rede de hotéis.
Imprimir