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Carta aberta pela Empaer defende motorista apontado por Mendes como recebedor de “supersalário”

Da Redação - Lucas Bólico

Uma carta aberta à população tem sido compartilhada em defesa da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), que deve ser extinta pelo governo Mauro Mendes (DEM). O texto rebate declarações recentes do chefe do Executivo, que alega ter encontrado supersalários no local, como motorista recebendo R$ 15 mil e copeira R$ 13 mil. A missiva ainda faz um apelo pela não extinção da empresa pública, alegando que isso afetaria o desenvolvimento do Estado.
 
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O texto esclarece que a Empaer não possui tabela salarial própria e por isso usa como base a do INDEA-MT. Especificamente sobre os altos salários detectados, a carta aberta afirma que só se chega ao topo da carreira após mais de 30 anos de serviço e mais de 500 horas de curso de formação.
 
“Recebem estes salários, profissionais que já estão no topo da carreira, e fizeram todas as progressões possíveis. Para se alcançar estes salários não é fácil e nem rápido, é necessário cumprir com o que determina o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS). Lá determina que as progressões são feitas a cada 3 ou 5 anos, dependendo do caso, sendo que para mudança de nível utiliza-se o tempo de serviço e para mudança de classe necessita-se de qualificação profissional (isso é bom pois incentiva o profissional a estar sempre atualizado e qualificado para melhor exercer suas funções e em contra partida o estado o remunera para isto)”, sustenta a defesa da Empaer.
 
“Na tabela existem 12 níveis e 4 classes e para alcançar o topo da carreira e receber estes salários de 13, 15 e 17 mil reais precisa-se, resumidamente, ter mais de 30 anos de serviço, mais de 500 horas de cursos e formação acima do que o cargo exige, ou seja, necessita-se ter nível superior, e quem é concursado para cargo de nível superior, necessita ter mestrado e/ou doutorado para poder ter acesso ao topo da carreira”, completa o texto.
 
A defesa feita pela Empaer ainda sustenta que o ambiente de trabalho é precarizado e os empregador têm de trabalhar eventualmente 12 horas por dia e tiram dinheiro do bolso para custear despesas necessárias para funcionamento dos escritórios, consertar veículos, consertar e comprar equipamentos para execução do trabalho, dar manutenção e formar os escritórios. Além disso, os trabalhadores também teriam de acumular serviços que vão além de suas obrigações.
 
“A EMPAER está presente em 135, dos 141 municípios do estado de Mato Grosso e nos últimos 3 anos realizou mais de 427 mil atendimentos para 57.096 agricultores; Elaborou projetos de credito rural que liberaram 304,5 milhões de reais aos produtores rurais do estado; Realizou 246 experimentos de pesquisas; Montou 378 unidades de referência tecnológica, 132 unidades de validação; Comercializou mais de 2 milhões de alevinos; Emitiu mais de 27 mil Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP); Realizou 36 encontros de mulheres rurais, alcançando um público de 16.840 mulheres; Realizou quase 100 mil analises de solo; entre diversos outros serviços”, defende.

“Supersalários”
  
O governador Mauro Mendes (DEM) questionou, em entrevista à TV Centro América, na manhã da última terça-feira (08), alguns ‘supersalários’ encontrados na folha de pagamento do mês de dezembro, como o de R$ 15 mil para o motorista e também os vencimentos de um técnico de nível médio, que recebe quatro vezes que o ‘normal’ do mercado.
 
“Encontrei algumas coisas que vale a pena dizer. Tem um funcionário da Empaer que é motorista de golzinho ganhando R$ 15 mil. Encontramos pessoas de serviços gerais, que serve cafezinho, ganhando R$ 13,2 mil. Técnico de nível médio ganhando R$ 17 mil. No mercado, este último ganha de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Esta é a realidade que temos. Nossos professores têm o segundo melhor salário do Brasil, está correto pagar bem. Mas precisamos ter a condição para fazer isto”, disse o governador.
 
Mauro determinou que seja feita uma auditoria na folha de pagamento do mês de dezembro do ano passado, ainda na gestão de Pedro Taques (PSDB), em decorrência das informações de que haveria “super remunerações” entre os servidores públicos da ativa.

Além da folha de pagamento dos funcionários da ativa, a auditoria também será ampliada para a folha dos inativos e pensionistas: “Teve gente que chegou a ganhar R$ 170 mil de remuneração. Se estamos em momento de dificuldade, não pode ter isto. Teria que, no mínimo, ser pago de forma parcelada”.
 
Confira abaixo a íntegra da carta aberta em defesa da Empaer:
 
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO


Olá a todos,

Venho aqui esclarecer algumas notícias que o Governador do estado de Mato Grosso, Mauro Mendes, está propagando na mídia pra justificar a proposta elaborada por ele e que se encontra na Assembleia Legislativa para votação sobre a extinção da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER.

O discurso dele é sempre o mesmo, e quem não viu consegue encontrar isso facilmente na internet. Ele diz o seguinte, em tom de deboche: "Lá (Empaer) funcionaria de serviços gerais que serve cafezinho tá ganhando 13 mil; motorista, desses de golzinho ganhando 15 mil e; técnico agrícola ganhando 17 mil". 

Bom, vamos lá, 

1° - A EMPAER não possui tabela salarial própria, ela, assim como o INTERMAT, 
seguem a tabela do INDEA-MT, órgãos estes que recebem legalmente e merecidamente as remunerações previstas nesta tabela.

2° - Recebem estes salários, profissionais que já estão no topo da carreira, e fizeram todas as progressões possíveis. Para se alcançar estes salários não é fácil e nem rápido, é necessário cumprir com o que determina o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS). Lá determina que as progressões são feitas a cada 3 ou 5 anos, dependendo do caso, sendo que para mudança de nível utiliza-se o tempo de serviço e para mudança de classe necessita-se de qualificação profissional (isso é bom pois incentiva o profissional a estar sempre atualizado e qualificado para melhor exercer suas funções e em contra partida o estado o remunera para isto). Na tabela existem 12 níveis e 4 classes e para alcançar o topo da carreira e receber estes salários de 13, 15 e 17 mil reais precisa-se, resumidamente, ter mais de 30 anos de serviço, mais de 500 horas de cursos e formação acima do que o cargo exige, ou seja, necessita-se ter nível superior, e quem é concursado para cargo de nível superior, necessita ter Mestrado e/ou Doutorado para poder ter acesso ao topo da carreira.

3° - O que o governador não mostra: Empregados da EMPAER que muitas vezes trabalham mais de 12 horas por dia, utilizam seus veículos e equipamentos particulares para prestar atendimento, tiram dinheiro do bolso para custear as despesas necessárias para funcionamento dos escritórios, consertar veículos, consertar e comprar equipamentos para execução do trabalho, dar manutenção e formar os escritórios, fazem serviços além de suas obrigações, entre diversas outras dificuldades, tudo isso com o intuito de ajudar os produtores rurais do estado de Mato Grosso. Mesmo com todas essas dificuldades os empregados vêm desempenhando, na medida de suas possibilidades, os trabalhos que lhes é demandado.

A EMPAER está presente em 135, dos 141 municípios do estado de Mato Grosso e nos últimos 3 anos realizou mais de 427 mil atendimentos para 57.096 agricultores; Elaborou projetos de credito rural que liberaram 304,5 milhões de reais aos produtores rurais do estado; Realizou 246 experimentos de pesquisas; Montou 378 unidades de referência tecnológica, 132 unidades de validação; Comercializou mais de 2 milhões de alevinos; Emitiu mais de 27 mil Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP); Realizou 36 encontros de mulheres rurais, alcançando um público de 16.840 mulheres; Realizou quase 100 mil analises de solo; entre diversos outros serviços.

Convido toda população a conhecer a EMPAER, ir no escritório de sua cidade, acessar o site da empresa (http:www.empaer.mt.gov.br/) e verificar os trabalhos prestados e a importância desta instituição para o estado de Mato Grosso. 

Não vamos deixar esta importante instituição morrer, vamos lutar pela continuidade dos serviços da EMPAER. Os produtores rurais de Mato Grosso precisam dela. Lembrem-se, Mato grosso vive da agropecuária, investir neste setor é investir no estado, acabar com a empresa que presta serviços de políticas públicas essenciais, principalmente os pequenos, é ir contra o desenvolvimento do estado. 


#SomosTodosEmpaer!
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