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Médico é demitido após recomendar suspensão de internações por falta de materiais e medicamentos

Da Redação - Wesley Santiago

O médico infectologista Ricardo Franco Pereira foi demitido da chefia da Comissão de Infecção Hospitalar do Hospital Regional de Sinop (480 quilômetros de Cuiabá), após ter recomendado interrupção de novas internações em virtude da insuficiência de materiais e medicamentos na unidade, segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM).

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Conforme nota de desagravo público publicada pelo CRM, o médico sofreu grave ofensa à liberdade de seu exercício profissional, ao ter sido sumariamente desligado da chefia da Comissão de Infecção Hospitalar do Hospital Regional de Sinop, em decorrência de recomendar por escrito à direção, a interrupção de novas internações em virtude da insuficiência de materiais e medicamentos para garantir o atendimento seguro à saúde dos pacientes e a efetiva segurança na prática do ato médico.
 
Conforme o Conselho, a atitude do médico foi de encontro com os princípios fundamentais previstos no Código de Ética Médica, que dispõe em seu inciso VIII. “O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção do seu trabalho”.
 
“O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso vem a público, repudiar veementemente qualquer tentativa de restrição à liberdade profissional do médico, ressaltando que tomará sempre as medidas legais cabíveis em defesa do exercício ético da medicina”, diz trecho da nota, assinada pela presidente Hildenete Monteiro Fortes.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o médico foi desligado do Hospital Regional de Sinop (HRS) em novembro de 2018, ainda durante a gestão do Instituto Gerir.

"Antes da suspensão do profissional, foi entregue uma notificação ao médico que, em julho de 2018, se comprometeu a adequar as condutas que estavam em desconformidade com os parâmetros de prestação de serviços médicos. No entanto, de acordo com informações presentes nos arquivos elaborados pelo Instituto Gerir, o desligamento profissional foi inteiramente baseado na deficiência dos serviços prestados", finaliza a nota.
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