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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Socialismo e o agronegócio dos EUA

Reprodução / Ilustração

Socialismo venezuelano apela ao agronegócio dos EUA para sobreviver

Mais uma Reforma Agrária fracassada. Desta feita a da Venezuela, após a revolução socialista de Hugo Chávez perseguir os proprietários rurais e expropriar suas terras para distribuí-las aos "pobres", sendo também nisso imitado pelo seu fiel prosélito Maduro.

Com efeito, Chávez nacionalizou propriedades agrícolas, redistribuiu terras e impôs controles de preços de alimentos, sempre alegando amor aos pobres. Mas ao invés de criar riqueza, ele disseminou pobreza, pois agora não há arroz nem feijão para ninguém... Isso levou Maduro a ir de chapéu na mão mendigar junto aos "perversos" EUA, segundo reportagem do "The Wall Street Journal".

Em consequência, no primeiro semestre de 2013 os EUA exportaram US$ 94 milhões de arroz, 62% a mais do que o vendido no mesmo período de 2012. A Venezuela se tornou o quarto maior comprador de arroz americano. No total, as importações da Venezuela quadruplicaram desde que Chávez assumiu o poder.

Segundo o Banco Mundial, 30% dos venezuelanos outrora considerados "não pobres" caíram na pobreza. As carências atingem o inimaginável. No mês de maio último, as autoridades venezuelanas mandaram importar com urgência 50 milhões de rolos de papel higiênico. Falta dinheiro para importação. O déficit orçamentário atingiu 12% do PIB em 2012, pior que as economias em crise da zona do euro. A inflação galopa pelos 43%. Mas Maduro, como Chávez, continua culpando as empresas privadas, acusando-as de promover "guerra econômica" contra o povo.

Se cair o preço do petróleo - produto único de exportação relevante -, o governo terá de reduzir as importações, diz David Rees, especialista em mercados emergentes da Capital Economics, de Londres. E os "pobres" não terão, ao pé da letra, o quê comer.

O socialismo do século XXI prometeu produção industrial auto-suficiente, desinteressada e focada em cooperativas. Na prática, o governo passou a mão no controle de grande parte das indústrias, incluindo a do aço e do cimento. Hoje, as siderúrgicas, mineradoras e construtoras estrangeiras tentam salvar o socialismo bolivariano.

( * ) Luis Dufaur é escritor e colaborador da ABIM
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