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Sábado, 20 de abril de 2024

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Retrato de corpo inteiro do Brasil rural

Divulgação

O Brasil tem 4,4 milhões de chácaras, sítios e fazendas da chamada agricultura familiar, número que representa a maioria dos estabelecimentos agropecuários do país (84,4%), mas cobre menos de um quarto da área total, com 80 milhões de hectares ou 24,3% da área. Na média, cada agricultor familiar usa 18,3 hectares; o agricultor comercial, 330 hectares.

Metade da agricultura familiar está no Nordeste, com 50% dos estabelecimentos e 35% da área. Estes são alguns dos novos dados do retrato rural brasileiro, recém divulgado pelo IBGE em seu novo O Atlas do Espaço Rural Brasileiro.

O Atlas integra dados do Censo Agropecuário 2006, o mais recente, e das pesquisas populacionais, sociais, econômicas e ambientais do Instituto, conferindo-lhes dimensão espacial, com o objetivo de retratar a complexa realidade territorial do campo brasileiro.

No documento do IBGE, informações sobre as relações rural-urbano mostram, por exemplo, como o processo de modernização da agropecuária passou de um momento de grande mecanização para um maior investimento em capital intelectual, na forma de técnicas de irrigação, uso de sementes certificadas e transgênicas, acesso a assistência técnica, plantio direto, transferência de embriões, confinamento e inseminação, entre outros.

Um dado:dos proprietários rurais que administravam diretamente 3,9 milhões de estabelecimentos agropecuários, 39% eram analfabetos ou sabiam ler e escrever sem terem frequentado a escola e 43% não tinham completado o ensino fundamental.
A publicação também estuda os efeitos da agropecuária sobre o ambiente natural. Dos seis biomas encontrados no país, o que mais sofre essa pressão é o pampa, com 71% da sua área ocupada com estabelecimentos agropecuários. Em seguida, vêm o pantanal (69%), a mata atlântica (66%) e o cerrado (59%). No Atlas, mapas mostram as bacias hidrográficas do país - que concentra 53% da água doce do continente - e sua relação com os estabelecimentos rurais. Detalhe: o Brasil tem mais de 29 mil quilômetros de rios navegáveis, mas o transporte de cargas ainda depende primariamente de rodovias (70%).

O IBGE mapeou, também, o deslocamento espacial da fronteira agropecuária brasileira em direção às regiões Centro-Oeste e Norte do país, bem como a consolidação de inúmeras cadeias produtivas. São apresentados, ainda, a agricultura familiar, o uso de tecnologia de informação e conhecimento, a logística e fluxos das cadeias produtivas e os condicionantes ambientais/institucionais que tornam mais complexa a questão do uso da terra e da distribuição geográfica da produção agropecuária. O Atlas também levanta questões sociais, como os níveis de escolaridade, acesso a bens, saneamento, políticas públicas e justiça nos estabelecimentos agropecuários. Também são mostradas séries históricas dos principais produtos da agropecuária nacional.

ARROZ & FEIJÃO


Sabe quanto arroz e feijão o Brasil produz? Segundo o dado mais recente do IBGE, são quase 13 milhões de toneladas de arroz para 3,5 milhões de feijão, para alimentar os mais de 194 milhões que somos.

Em seu mais recente levantamento, o IBGE apurou ter a produção nacional de arroz evoluído de 7,4 milhões de toneladas para 12,7 milhões entre 1990 e 2009, com aumento de quase 72%, devido, sobretudo à maior oferta no Sul, que produz dois terços do total. Além da tradição regional dessa lavoura, houve avanço tecnológico na produção e aumento na área plantada.

A melhoria no manejo da cultura e a adoção de variedades com rendimento superior, aliada à expansão da área plantada (58,4%) elevou a produção no Rio Grande do Sul de 3,2 milhões de toneladas para 8,0 milhões de toneladas. Em Santa Catarina, de 567,7 mil toneladas para 1 milhão de toneladas, no mesmo período. No entanto, o Paraná teve significativo declínio, de 253,5 mil toneladas para 167,4 mil, com menor área plantada (-71,3%).

E a produção nacional de feijão cresceu 56%, passando de 2,2 milhões para 3,5 milhões de toneladas, entre 1990 e 2009, em razão de ganhos de produtividade da cultura, já que houve expressiva contração da área plantada. No Sul, a expansão foi de 55,8% graças, sobretudo, aos ganhos de produtividade e à estabilidade da área plantada da cultura no Paraná, cuja produção evoluiu de 279,0 mil para 787,2 mil toneladas.

No Sudeste, caiu a plantada com feijão, a maior dentre as regiões produtoras (-40,4%), mas houve aumentos muito expressivos de produção em Minas Gerais, resultando em expansão regional de 42%. A produção mineira mais que dobrou no período, passando de 293,5 mil toneladas para 602,3 mil toneladas.

No Nordeste, onde o cultivo do feijão é das práticas agrícolas mais arraigadas, sua importância pode ser avaliada quer pelo tamanho da área plantada, a maior dentre todas as regiões, que, aliás, apresentou pequena retração (-6,2%) no período, quer pela evolução da produção, que passou de 580 mil toneladas para 844,5 mil toneladas. O maior produtor nordestino de feijão continua sendo a Bahia, contribuindo, em média, com 40% da produção regional.


Nada além de 5%


Faltando três meses para 2012 acabar, o setor eletroeletrônico refaz sua projeção sobre o desempenho do ano, que começou com expectativa de crescimento de 11% e agora refluiu para 5%, em linha com a previsão de alta do PIB, que recuou de 3,30% para 1,54%. Sondagem feita pela entidade do setor, a Abinee, mostra que, com o PIB avançando 4% em 2013, a maioria (70%) espera crescimento, 23% aposta em estabilidade e 7% teme queda.

Em agosto, a sondagem da Abinee mostrava expectativa de avanço no ano por 58% das empresas - número que caiu a 52% em setembro. Em outubro do ano passado, o número era bem maior(74%).

Sazonalmente, o segundo semestre é melhor que o primeiro e, este ano, há expectativa positiva maior, em função adas medidas de estímulo tomadas pelo governo, ainda que insuficientes para atenuar todos os efeitos da crise internacional, especialmente mais graves no setor de bens de capital, devido à postergação de investimentos produtivos.

O setor espera reflexos positivos nos negócios principalmente das seguinte medidas:
1) desoneração da folha de pagamentos, que inclui diversos segmentos do setor eletroeletrônico,
2) prorrogação da redução do IPI de produtos da linha branca até o final de 2012 e de materiais de construção até o final de 2013,
3) sequência de dez cortes na taxa básica de juros,sendo de 7,50% para 7,25% ao ano em outubro,
4) redução do spread bancário e dos juros em geral, a partir de cortes nos bancos públicos, forçando o mesmo movimento por parte dos bancos privados,
5) utilização das alíquotas do IOF para manter a estabilidade da taxa de câmbio.

Como está e o que pode acontecer
No setor de geração, transmissão e de distribuição de e, há expectativa quanto aos efeitos da MP 579, sobre renovação antecipada das concessões do setor elétrico e redução de tarifas de energia. O setor de utilidades domésticas também foi beneficiado pela redução do IPI, neste caso para eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinhos), prorrogado até 31 de dezembro deste ano.

Mas o mercado de telefones celulares tem tido resultados abaixo das expectativas, com crescimento nas vendas de smartphones e recuo nas de telefones tradicionais. Isto, diz a Abinee, indica penetração dos smartphones mais rápida que a prevista, mas não vendas muito acima das estimadas.

Na área de informática, após dois meses considerados fracos para os negócios, em setembro, notou-se recuperação das vendas de PCs, porém abaixo do esperado, pois os usuários parecem estar dividindo recursos na aquisição de outros dispositivos, como smartphones e tablets, por exemplo.

INFLAÇÃO: MAIS E MENOS EM DUAS PRÉVIAS
Saiu a prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de outubro, o IPCA-15, com variação de 0,65%, acima do 0,48% de setembro, acumulando no ano 4,49% e 5,56% em 12 meses. É mais que a meta (4,50%) e supera também a marca dos 12 meses imediatamente anteriores (5,31%). Os dados são do IBGE.

Mais 1
Com alta de 1,56% e impacto de 0,37 ponto percentual, os alimentos responderam por 57% do índice do mês. Aumento o preço de vários produtos, destacando-se os de carnes (2,92%) e arroz(11,91%), os maiores impactos individuais no IPCA-15, com 0,07 ponto cada.

Mais 2
As despesas com habitação também mostraram aceleração de setembro para outubro, passando de 0,43% para 0,72%. Em saúde e cuidados pessoais, alta de 0,37% em setembro para 0,42% em outubro. Em vestuário, de 0,47% para 1,05%, em transportes, de 0,09% para 0,11%, e em comunicação, de 0,01% para 0,18%.

IGP-M: menos
E também saiu o Índice Geral de Preços-Mercado do segundo decêndio de outubro, com variação de 0,15%, bem menos que um mês antes, no mesmo período de coleta (0,84%), informa a FGV. Neste IPG-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo teve alta de 0,01% (a anterior, de 1,11%), o Índice de Preços ao Consumidor, de 0,52% (0,37%) e o Índice Nacional de Custo da Construção, de 0,21% (0,14%).

Banda larga
Informa a Associação Brasileira de Telecomunicações: em setembro, houve 83 milhões de acessos à banda larga (fixa e móvel), 58% mais que um ano antes, com 30,5 milhões de novas conexões incluídas no intervalo. Em setembro, 63,6 milhões das novas conexões foram de banda larga móvel e 19,4 milhões de banda larga fixa, com aumento de 7,7% em 12 meses (1,4 milhão de novas habilitações).

Plano Nacional Banda larga
Para a Telebrasil, 31,5% dos acessos em banda larga fixa ativados foram do Plano Nacional de Banda Larga, que prevê a oferta de conexão com velocidades de 1 megabits por R$ 29 mais ICMS ao mês.

Pelo celular e smart
Os acessos por redes de celular cresceram 84% de setembro a setembro, com 12,7 milhões de terminais de dados (modems) e 50,9 milhões de celulares da terceira geração (3G) no mês passado. Por smartphones, o acesso avançou 86%, no período, com 30 milhões de novos acessos móveis 3G.

Redes
Segundo a Telebrasil, dos 5.561 municípios brasileiros, 3.066 (onde vive 87% da população total) já têm rede de 3G instalada. Desde janeiro, 416 municípios foram conectados a essa rede.

Sem avanço 1
Não melhorou, de agosto para setembro, o desempenho do setor eletroeletrônico, revela mais uma sondagem da entidade do setor, a Abinee: 26% das empresas pesquisadas tiveram aumento nas vendas e encomendas, menos que em agosto (45%), e aumentou de 27% para 50% o número das que tiveram queda. Com isso, passou de 56% para 66% o total de empresas com resultados abaixo das expectativas. Detalhe: só 1% das entrevistadas indicou negócios acima do esperado. Por essas e outras, aumentaram os estoques de insumos e matérias-primas (de 29% para 38%) e de produtos acabados (de 36% para 42%) entre agosto e setembro.

Sem avanço 2
Assim, o que se espera na consolidação dos dados da produção física do setor eletroeletrônico, apurada pelo IBGE, é de queda em setembro, ainda mais acentuada que a de agosto (6,9% sobre agosto 2011). De janeiro a agosto deste ano, o recuo é de 9,3%, sendo 12,1% na indústria eletrônica e 4,1% na indústria elétrica - setor beneficiado pelo aumento de 12,1% na produção de eletrodomésticos da linha branca, os que têm redução do IPI.

Emprego estável
Mas, mesmo com negócios abaixo das metas, nível de emprego do setor se mantém, Em agosto, o setor tinha os mesmos 182.650 funcionários de julho - e 64% das empresas têm situação positiva nesse item. No acumulado do ano, o setor abriu 2.340 vagas, ou 61% menos que no mesmo período em 2011 (6.070 trabalhadores).

Sem grilo
Também é positivo o dado referente à aquisição de insumos e matérias-primas: apenas 4% das empresas pesquisadas demonstraram dificuldades, mesmo se 41% relataram aumento de preços. E a maior parte das empresas (88%) não enfrentou dificuldades para obter capital de giro.

Sem avanço 3
As exportações continuam mal: de agosto para setembro, 24% das empresas conseguiram expandir as vendas externas, mas, na comparação com setembro 2011, o sinal fica negativo em 16,4%. De janeiro a setembro, a queda acumulada é de 3,4% sobre janeiro-setembro/2011.

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