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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Na contramão da crise, a aposta no primeiro emprego

Assessoria

Em meio a debates sobre os rumos da Economia, um mercado desconfiado e indicadores sobre desemprego que sobem, cabe às empresas um papel social estratégico. Para nos fazer pensar um pouco sobre isso, vamos aos números: taxa de desemprego, conforme o último anúncio do IBGE, subiu 6,9%. É o maior indicador mensal registrado desde 2010. A intensidade desse crescimento atinge todos os níveis e, em especial, jovens até 24 anos. Vamos acrescentar nesse pote a geração ‘ nem nem’, a que não estuda e não trabalha. Só em 2014, 4,1 milhões de jovens dessa mesma faixa etária não procuravam emprego, não estudavam e não trabalhavam, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, com base no Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). E a tendência dessa proporção é aumentar.

Nesse cenário, no mínimo alarmante, os desejos e ambições de uma inquieta população jovem, que busca múltiplas experiências, que consome informação por vários canais, não mudam. Essa geração quer entrar no mundo, quer aprender, quer trabalhar, quer ter a sua chance. Afinal, é a vez deles. E agora?
É aí que entram, ou podem entrar, as empresas. Grandes companhias que lidam com milhares de novas contratações todos os meses. Para empreendedores desse porte, a maior missão social, o grande compromisso com o país é dar chances para o jovem ter sua primeira experiência no mundo do trabalho. Companhias que tomam, diariamente e independentemente do cenário, a decisão de crescer, de abrir novos restaurantes e estabelecer, diariamente, novas relações de confiança com quase dois milhões de consumidores por dia. Para atender essa enorme população diária, maior que a maioria das cidades brasileiras, é preciso um time, que é formado por números impressionantes. Uma média de 50 mil para cada marca.

A empresa que aposta no primeiro emprego tem, acima de tudo, um forte compromisso social. Mais do que simplesmente contratar, é preciso treinar, capacitar, oferecer ao jovem profissional o conteúdo necessário para ele mesmo trilhar a própria trajetória: seja a de crescer junto com a companhia ou a de buscar novas oportunidades no mercado de trabalho. Mais de 80% dos empregados no varejo brasileiro começaram suas carreiras em empresas que apostam no primeiro emprego. Nem todos, claro, continuam na empresa. O varejo é um setor de grande rotatividade. E não se importar em formar bem para o mercado e ser uma escola para outros empregadores é um pilar, um valor fundamental para todas as companhias que insistem em crescer e em semear a oportunidade de primeiro emprego, mesmo num momento adverso da economia.

O desemprego é hoje uma ameaça real para o Brasil. Mas ainda há setores que investem pesadamente no crescimento e que são portas de entrada e de formação para o mercado de trabalho. Essas empresas podem, capacitando jovens e preparando-os para o mundo do trabalho, amenizar impactos do ambiente recessivo. E manter parte da população ativa preparada para o momento de recuperação da economia.

Os números mostram que a decisão em apostar no desenvolvimento do País é mais do que correta. Em três décadas de operação, uma empresa líder no setor de refeições rápidas, por exemplo, realizou investimentos diretos de mais de R$ 1,5 bilhão. Se vale o investimento? Claro que sim. Afinal, com quase 90% de seu quadro de funcionários formado por gente com menos de 25 anos, a marca é reconhecida como o maior empregador de jovens do Brasil. Tudo isso é investimento. Não apenas em nosso negócio, mas investimento e confiança no desenvolvimento do Brasil e, sobretudo, confiança na força de trabalho brasileira.

Os desafios de um país mudam como as gerações mudam. Os desafios do setor produtivo, também. Mas, o segredo é escolher ser parte do time que investe no futuro. Nos jovens. Nada pode ser mais gratificante para qualquer companhia e nada poderá dar mais resultado do que ser gerador de oportunidades. Está claro que nem todos os setores podem atuar dessa forma em momentos turbulentos. Mas também parece simples entender que, se existem áreas da economia que podem continuar absorvendo e abrindo frentes de trabalho, esses setores devem ser vistos como pontes que ajudarão o país a transpor os tempos de águas mexidas.



*Hélio Muniz é Diretor de Comunicação Corporativa do McDonald’s Brasil
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